Dicas para sua roadtrip

Manja aquele filme do Spielberg sobre um cidadão incauto que cai na besteira de ultrapassar um psicopata num caminhão e é perseguido – e aterrorizado – por ele durante horas? Pois é, a triste notícia do falecimento de um amigo num trágico acidente essa semana me lembrou do filme e de como pequenos detalhes como uma inocente ultrapassagem ou mesmo um cálculo errado no combustível podem transformar sua diversão numa bela duma encrenca. Mas há salvação.

Verifique sempre...
Verifique sempre…

Há uma série de guias feitos por publicações especializadas sobre o que fazer e não fazer numa viagem de carro, mas há pouco material de conteúdo realmente pessoal na internet. Vou tentar resumir aqui o que eu penso sobre o assunto de forma menos chata e mais objetiva possível.

1. Informação

Informação é tudo.  Se a idéia for sair de carro rumo norte com tempo de sobra, bolso cheio e disposição total, ótimo: você tem a vida que 99% dos aventureiros deseja.  Caso seu tempo ou grana seja limitado, bem-vindo ao clube e grave a dica mais importante de todas: roteirize. Eu sei que é chato, que dá trabalho e que parece tirar boa parte da graça da trip, mas é fato que nessa vida estressante que a gente leva, principalmente os que moram nos grandes centros urbanos, na hora de sair pra viajar tudo que queremos é aproveitar ao máximo. E roteirizar é a forma mais fácil de fazer isso porque você simplesmente pensa em toda a parte chata ANTES de entrar no carro. Com tudo definido, você tem as distâncias de um ponto ao outro marcadas, o que ajuda a definir mais rapidamente uma eventual correção de rumo em caso de mau tempo ou acontecimentos extraordinários. Além disso, dar uma chegadinha no Google Maps não mata e pode ajudar a encontrar um caminho mais tranquilo e adequado do que o do site da pousada ou aquele que o teu colega de escritório jura que é o mais bacana.

E ainda:  além de eventuais tablets ou GPS  – que insistem em não conectar quando você mais precisa deles – leve guias, mapas, anotações e/ou pequenas tabelas com telefones e endereços em versão papel. Qualquer colega de viagem poderá consultá-los – mesmo os que não se dão bem com tecnologia – enquanto você dirige, poupando tempo e discussões desnecessárias. Um bloquinho e uma caneta no porta-luvas junto aos mapas também ajudam.
Por último, dê uma checada nas condições das rodovias que você vai usar em sites como o Estradas e anote informações úteis das rodovias que vai usar visitando a base da ANTT na internet: tem de tudo lá, como endereços, telefones, mapas e tarifas de pegágio atualizadas.  Boa dica também é o site do Guia Quatro Rodas, atualizadíssimo.

2. Horários

Se a trip for quebrada em vários dias de estrada, tente se planejar para não chegar em horários de pico em grandes cidades, evitando de sofrer na viagem o que você sofre na rotina diária. Se for possível, evite também os horários nos quais o sol está baixo, tanto de manhã quanto no fim da tarde. Luz direta não é legal e dificulta muito a visão. Conseguindo fazer isso ou não, não esqueça em casa seus óculos escuros.

3. Documentação

Se for dirigir no/para o exterior, não deixe de ler os textos Documentos para viajar no exterior e CNH, PID e Carta Verde. Se for explorar o Brasil, não esqueça de checar se está tudo certo com o IPVA e o licenciamento.

4. Carro

Se o carro é novo, não deixe de verificar a melhor forma de trocar um pneu furado. É muito comum que o motorista tenha alguma dificuldade se trocou de marca recentemente e nada é mais chato em road trip que perder tempo olhando o manual (que deve estar no porta-luvas, obrigatoriamente). Há quem deixe uma toalha de rosto, uma garrafa d´água, uma capa de chuva e uma lanterna no porta-malas para auxiliarem nessa hora.  Acredite: separe essas coisas e deixe lá. Pode ser que nunca precise, mas se for o caso, vai poder se gabar de ter lembrado.

Da famosa revisão, o ideal é levar num o carro num mecânico de confiança. Se você não conhecer nenhum, procure um e exija que ele verifique a necessidade de fazer alinhamento e balanceamento (ou talvez cambagem e cáster, mas não esperemos pelo pior!) troca de óleo, revisão de freios e lâmpadas.  etc. Pense nesses gastos como uma  contribuição para sua economia e segurança.

Antes de sair: verifique se o reservatório do lavador do parabrisa está cheio, se os vidros e palhetas estão limpos e em boas condições e se os pneus estão calibrados. Isso vale para toda a sua viagem.

5. O que levar na cabine

Caso vá enfrentar longas distâncias, opte por lanches fáceis e que não sujem as mãos  e tenha sempre à mão um rolo de papel higiênico ou lenços descartáveis. Boas dicas são: achocolatados prontos em caixinha, lanches prontos, barras de cereais, frutas e fibras de fácil manuseio e bastante líquido, de preferência algum bebível mesmo que a temperatura ambiente. Leve também seus discos preferidos para ouvir durante a viagem. Engana o tédio, alivia momentos de tensão e te mantém acordado dependendo da ocasião.

Caso você tenha seguido o “item 1” à risca, calculou quanto gastará de pedágio. Procure deixar a grana separada num local de fácil acesso, porém não à vista de potenciais mal-intencionados. Além disso, preocupe-se em levar uma boa quantidade de dinheiro vivo para o caso de não encontrar postos de gasolina que aceitem seu cartão de débito/crédito ou que estejam com o sistema fora do ar.

6. O que fazer se algo der errado

Evite parar no acostamento, preferindo postos de gasolina ou baias de emergência, onde o estacionamento é mais seguro e geralmente mais movimentado. Se não você não puder evitar, não pare ou vire bruscamente, ligue o pisca-alerta e faça o possível para cair fora o quanto antes.

Em caso de neblina ou chuva, o melhor é sempre parar e esperar as condições melhorarem. Se não for possível, siga devagar, com as lanternas sempre acesas e evite de ligar o pisca-alerta, que deve ser usado apenas em caso de parada. Nesses casos, em que a direção é sempre mais tensa, procure parar mais para dar uma oxigenada no corpo e na mente. Lave o rosto, estique os membros e siga em frente mais descansado.

Por último, mas não menos importante: assaltos. Realidade no mundo todo, é fato que nem mesmo em viagem para lugares remotos e pacatos você está totalmente a salvo dos amigos do alheio.

Então, cuidado com pedras arremessadas ou barreiras colocadas na pista, procurando desviar devagar e jamais parar para afastar objetos do caminho, trabalho de quem administra a rodovia (ligue e informe). O mesmo raciocínio vale para objetos que atinjam seu  pára-brisa ou pneu (dirija até um local seguro e movimentado o máximo que puder e telefone de imediato para a polícia informando sua posição). Prefira dirigir com vidros fechados em lugares que não conhece, use o bom senso antes parar para auxiliar num acidente (olhe em volta e analise a cena antes ou ligue para a Polícia Rodoviária).

Issae. Nada de ficar paranóico, mas viajar como se estivesse no quintal de casa não dá. Viajar é preciso, em ambos os sentidos.

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