Gonçalves – MG do tamanho do seu bolso # DICAS IMBATÍVEIS para economizar

Atualizado!Atualizado em 09/11/2021

 

Povo Varonil, matas floridas
Fontes e cascatas de belezas mil
O teu céu tem mais estrelas
És mineira És Brasil

Esses aí são os versos do hino de um dos lugares mais bonitos, românticos e agradáveis das Minas Gerais. Diferentemente das cidadezinhas mais conhecidas do sul de Minas, não há grandes lendas locais, tampouco centros históricos para visitar. Em Gonçalves, o lance é mais direto.

Sua história começa em 1878, na vizinha Itapira, onde um político de nome Policarpo Júnior cumpriu uma promessa feita a Nossa Senhora das Dores doando seis alqueires de terra de uma fazenda na divisa entre Minas e São Paulo, para construção de uma capela de sapé e taipa. Residiam no local três colonos matreiros de nome Mariana Gonçalves, Maria Gonçalves e Antônio… Gonçalves.  Os três deram início ao povoado que cresceu lentamente até a Revolução de 1932, quando serviu de entreposto para movimentação de tropas rebeldes e daí pra frente só cresceu. Há, inclusive, um modesto museu aberto ao público em geral, dentro da Pousada do Quilombo, no local onde uma enorme trincheira foi construída para defender os soldados paulistas. Vale dar uma passada por lá quando estiver a caminho de Gonça (hoje, aquele trecho faz parte da vizinha São Bento do Sapucaí) para conhecer instrumentos, equipamentos e recortes de jornal da época.

Hoje, Gonçalves vive do turismo ecológico e da terra. Tem IDH um pouco abaixo da média nacional, mas seu crescimento é 50% maior que a média mineira e brasileira. Pousadas, restaurantes, pequenos hotéis, ateliés e produtores orgânicos de especiarias, geléias, doces e agropecuária vem surgindo com força na região. Se você for pra lá, esqueça turismo de artesanato, religioso ou histórico: Gonçalves é pura mata e comida mineira.

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Lugares Bacanas em São Paulo (3) Top5 Melhores Hamburguerias Paulistanas

Hamburguer. Uow. Post polêmico.

tasty

Apresento, meus amigos, meu Top5 Melhores Hamburguerias Paulistanas. Levei em conta o sabor dos lanches, seu tamanho, o custo-benefício (existe isso mesmo?), localização e claro… meu gosto pessoal. Nada contra Hitz, TGI Friday´s, Milk&Mellow,  America, General Prime, Outback (ah, aquelas onion rings…), Rockets, St Louis e tantos outros, mas é fato que a gente sempre tem uma quedinha especial por lugares que nos fazem sentir bem e que fazem bem pro nosso bolso. Então, bora lá:

5. Frevo

Sim, sim, sim, nada de engolidores de notas de cem reais! O Frevinho te dá mais por menos e pode ser até uma opção corriqueira, caso você seja habitué da região. A filial da Rua Augusta é tão charmosa quanto a matriz da Oscar Freire, porém com o atrativo de estar mais bem localizada (do lado de cinemas, livrarias, cafés, bares e baladas) e ser bem menos badalada. A marca é tradicional – remonta a 1956 – e mantém o estilinho retrô-aconchegante e rústico da época. Pense num lugar onde as fritas são sequinhas, custam sete mangos e parecem feitas em casa. Pense num lugar em que a porção de maionese custa duas pilas, tem um tempero único e vem muito bem servida. Pense num cheeseburguer com maionese que custa uma nota de dez mas vem com um dos melhores pães da cidade, tem carne com sabor de carne, tempero marcante e queijo caindo pelos lados. Pense num cheeseburguer com as cebolas fritas mais saborosas, mais cebolas e mais fritas de todos os tempos. Pense em garçons com cara de que vão se aposentar ali, de sorriso no rosto e com aquele estilo de netinho-senta-aqui-que-vou-te-contar-uma-história. O Frevo é bom, barato, simpático, tranquilo e delicioso. Site oficial aqui.

4. Lanchonete da Cidade

São Paulo já tem três, mas a única, original e verdadeiramente boa é a unidade dos Jardins que fica na Alameda Tietê. Receitas originais, ingredientes de primeiríssima qualidade, jeitão dos anos 60 (meio modernista, meio brega) e um lanche ícone: chamado de Bombom, o sanduba é um petardo de 220 gramas de carne coberto com molho de tomate fresco digno de cantina italiana, servido num pão francês todo estiloso que só tem lá. Você pode escolher o complemento que quiser para o lanche, mas não pode esquecer da famosa batata rústica (batata binge cozida inteira, na casca, com sal e alecrim, frita na óleo e servida com dentes de alho cozidos em azeite). É um troço, assim, indescritível. Pena que para acompanhar você não vai poder pedir aqueeeela Coca, pois é mais um daqueles lugares que “só tem Pepsi, senhor”. Não importa, vale experimentar o muito bem tirado chopp Brahma e as opções exclusivas dos caras, especialmente o Tropicália (lanche padrão, coberto com generosas fatias de linguiça picante chapeada, molho de tomate acebolado, queijo fundido e maionese), o Moóca (hamburguer à milanesa, com mussa de búfala, rúcula, tomate, beringela, abobrinha grelhada e manjericão) ou o famoso Amarelinho (um zoiudo frito na manteiga aviação, queijo artesanal, tomate caqui apimentado e orégano). ?

3. Chico-Hamburguer

Esse aqui é um caso sério. Tradicionalíssimo, datado de 1963 (que época pra baixa gastronomia paulistana, hein?) porém completamente reformulado, visual e gastronomicamente falando. Gerou muita polêmica quando o reformou o ambiente e o cardápio, modernizando a decoração e fazendo uma limpa nas opções de lanches, restando hoje apenas três dos originais. O caso é que não tem mais cara de lanchonete clássica, mas em contra-partida tem atendimento eficientíssimo: dificilmente se espera mais que dez minutos pelo lanche, mesmo num sábado à noite. Preço justo, ótimas e bem servidas fritas ($10), excelentes onion rings ($13),  maionese de ervas ou hortelã (extra por R$4) e a melhor parte: os caras tem um jeito único de fazer hamburguer, que o torna mais suculento e tasty que a maioria. Um senhor concorrente para os figurões que custam o dobro por aí, especialmente o cheese-picanha ($15!) que dá salada, cebola frita, mussa e maionese, com opção extra do catupiry mais cremoso de que você já ouviu falar. Ah sim, fica ali na Av. Ibirapuera, bem fácil de achar, e de estacionar – basta deixar o carro nas ruas residenciais que ficam bem atrás. Opção boa, barata e bacana. Verifique.

2. Joakins

Esse não vai te decepcionar. Ao contrário dos demais, é sempre Top5 em qualquer lista por aí e não é à toa: localizado no coração do Itaim Bibi desde 1966 (que década foi essa!), lotado a qualquer hora do dia e da noite, estacionamento com manobrista cortesia, ambiente bem decorado e funcionários atenciosos, rápidos e eficientes. Tá, mas e o hamburguer? Carne gostosa, muito bem servido, temperadíssimo e com diversas opções de acompanhamentos, que vão de cebola (crua, frita ou ambas) a creme de milho. Bom cheddar, catupiry ok, ótimo bacon e um senhor milk-shake. Aliás, o milk-shake: há quem diga que o do Milk&Mellow é melhor, mas a escolha é certamente difícil (também pudera, custa 20 mangos e se você pedir pra dividir em dois copos os caras cobram 10% a mais!). O chopp é tão bem tirado quanto na Lanchonete da Cidade, os refrigerantes e sobremesas têm preços um pouco mais acessíveis que os dos lanches, mas elas são bem simples (exceção feita ao petit gateau, muito bom) e os refris nem sempre vem ao gosto do freguês (pede com limão, vem sem; pede sem gelo, vem com um monte). Vale a pena? Cada centavo. Detalhe: se você sempre ouviu seus amigos dizerem que a maionese de lá é imbatível, é porque eles não conhecem a do primeiro colocado do ranking. Chegue cedo (lotaaaado) e divirta-se.

1. A Chapa

Para simplificar, basta dizer que lá está a melhor maionese do mundo. Sim, a melhor maionese do mundo. A mesma receita desde 1967 (hauuhauhauha, parece brincadeira) e até hoje ninguém conseguiu repetir o feito dos caras. Não é só, o ambiente da filial que eu frequento (Al. Santos) é o mesmo desde 1998: clean, limpo, com televisões sempre ligadas nos jogos de futebol locais e ótimo atendimento. Os lanches são muito saborosos, feitos com cortes especiais da Wessel Culinária & Carnes (conheça o cara aqui) e hambúrgueres especiais de 200g, com 50% menos gordura que os comuns, mas tão saborosos quanto. Lá você também encontra pratos rápidos, sanduíches no pão Ciabata, ração veggie,  lanches à base de frango requintadíssimos e um tal de Danger Max Dog, que é um dogão mexicano com bacon e maionese absolutamente incomparável. Batatas country wedges,  onion straws (em vez de rings, as cebolas são servidas em palitos crocantes, com tempero picante), café Suplicy no ponto certo, Mostarda French’s e catchup Heinz a vontade, além da possibilidade de parar na rua, em frente, sem precisar gastar com estacionamento ou preocupar-se com manobristas. Com média de preço situada entre o Joakins e o Chico Hamburguer, esta é a sempre a minha primeira escolha em terras bandeirantes.  Saiba mais no site dos caras.

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Lugares Bacanas em São Paulo (2) Teatrix

Conheça o Teatrix: bar, bistrô, restaurante e teatro no mesmo lugar, a casa é inspirada nos grandes teatros antigos, com cortinas vermelhas e arquitetura imponente. Conta com uma obra do modernista John Graz e belos painéis inspirados em peças antigas. No cardápio, pastéis com recheios classudos, massas, omeletes, ovos mexidos, carnes e sobremesas requintadas, tudo a preço justo pelo ambiente que oferece, ainda mais tendo-se a oportunidade de subir as escadas e assistir a uma peça num mini-teatro para cerca de 50 pessoas.

Ok, o lugar é apertado e as cadeiras não são as mais confortáveis do mundo, mas a idéia é sensacional. Serramalte e Original por 6 mangos, longneck de Skol por 4 pila, petit-gateau com morangos por 9 contos. Rola estacionar na rua (a Al. Peixoto Gomide na altura do número 1000 é bem tranqüila nos fins de semana à noite) e também tem serviço de manobrista. Vai lá!

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Lugares bacanas em São Paulo (1) Padaria Santa Tereza

Tá. Já que não consigo arrumar tempo para fazer um post minimamente interessante, vou atacar de pílulas da capital paulista.  E vou começar por uma das atrações mais queridas de São Paulo: a gastronomia. Antes, um aviso: não esperem de mim recomendações cinco cifrões, restaurantes franceses, clube do picadinho ou similares. Eu curto mesmo é baixa gastronomia: butecagem honesta, padocas sinceras, pizzas de borda grossa e recheada, hamburguerias distintas e beberologia aplicada.

Objetivamente, abro com um clássico: Padaria Santa Tereza. É, tão clássico que nem site tinha até bem pouco tempo atrás – confira – coisa que se espera de um estabelecimento que se estabeleceu (hehe) em 1872. Está ali na Praça João Mendes, entre prostitutas, bancas de flores e advogados, atrás da Catedral mais bonita do Brasil.

Frequentadíssimo pelos nobres causídicos que habitam as repartições próximas, a festejada padaria é a mais antiga de Sampa e uma das mais movimentadas durante a semana. Há quem conte mais de cinco mil pessoas ao dia, a maioria atrás de doces suculentos, dos salgados premiados e dos lanches generosos que são servidos no térreo. Mas o tesouro está ainda mais escondido: logo na entrada à esquerda ou um pouco mais à frente pelo elevador estão os acessos ao suntuoso piso superior, com piso e móveis de madeira, ambientado no século XIX e ricamente decorado com fotos da época. Detalhes aqui.

O cardápio é variado e deve ser conferido in loco, mas desde logo recomendo o Filé Oswaldo Aranha e o Parmegiana. Este, calórico ao extremo, empanado com aquele bom e velho farelo de pão italiano e carregado de tempero do molho. Aquele, com alho bem picado e no ponto certo. Tão obrigatória quanto, é a coxa-creme servida no térreo. O salgado sai a quatro mangos e os filés variam de 20 a 40 pilas, para duas pessoas. Falam muito também da canja e dos risotos, a conferir.

Só um detalhe: como quase tudo no centro, fecha às 22h durante a semana, mas atende apenas até às 20h aos sábados e domingos. Apesar do horário reduzido, vale mais à pena ir no findi, porque os pratos são preparados com calma e servidos com mais esmero. Como merecem.

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Nove de Julho

09-07

Nove de julho, ok. Taí um feriado cheio de significado para quem gosta de história, mas que não passa de uma boa desculpa para fugir para a praia por parte da maioria dos paulistanos.

Vou aproveitar a data e escrever alguma coisa sobre um dos monumentos mais interessantes e emblemáticos que temos em São Paulo, que depois  da construção da polêmica Ponte Estaiada foi meio que deixado de lado: o Obelisco do Ibirapuera.

São Paulo relembra hoje setenta e oito anos da chamada Revolução Constitucionalista, violento movimento que marcou a luta paulista na Revolução de 30, cuja derrota militar é celebrada como um triunfo cívico na materialização que significa aquela bonita construção.

Enquanto os desfiles cívico-militares acontecem, praticamente ninguém se lembra que os restos mortais de muitos soldados estão guardados sob o monumento. Também pudera: o estado do local é lastimável e virou até outdoor alguns anos atrás. Hoje está fechado para visitação por motivos jurídicos e carece de investimentos e melhorias.

Àqueles que se interessam por detalhes do movimento, do monumento e da batalha por sua conservação, indico artigo muito bacana do periódico Migalhas. O texto conta um pouco da revolução, dos soldados e do passado e futuro do monumento, que eu considero como o mais bonito de Sampa (depois do  Estádio do Morumbi, claro, hehehe).

Quem quiser se aprofundar um pouco mais pode visitar o blog da família Júlio Prestes, cuja figura está intimamente ligada à Revolução e seus motivos e que contém vasto material a respeito. Outro site imperdível é o Tudo por São Paulo.

Mais sobre Sampa City e sua história? Em São Paulo Passado você encontra material suficiente para perder horas pensando no que foi e no que poderia ter sido. Já Memórias do Front fala com autoridade do movimento de 1930 e São Paulo Abandonada trata da condição atual de imóveis históricos paulistanos.

São belos guias para o turista que vem a São Paulo conhecer tudo com propriedade e também para o paulistano descobrir algo mais sobre a terra onde vive.

Grande abraço e curtam o feriado!

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Conheça a (desconhecida) Bueno Brandão-MG

Júlio Bueno Brandão foi um político mineiro, nascido em Ouro Fino em 11 de julho de 1858. Não cursou nenhuma faculdade de Direito, mas mesmo assim foi juiz de Direito de Camanducaia, juiz municipal e delegado de Ouro Fino. Segundo o historiador Antônio de Paiva Moura, trata-se do “mais bem sucedido autodidata da magistratura mineira” e ficou conhecido por governar por duas vezes o estado de Minas Gerais durante a República Velha. Em 1838 virou nome de cidade, batizando um simpático vilarejo localizado na Serra da Mantiqueira, que conta com altitudes de até 1600m. A temperatura média anual é de 16,5°C, com máxima no verão de 32°C e mínimas de até -4°C nos invernos mais rigorosos. Leve, portanto, roupas para ambas as estações, pois a regra geral é friozinho à noite e solzão durante o dia.
Bueno Brandão fica no Sul de Minas, a míseros 175km da cidade de São Paulo. É inacreditável que ainda não tenha evoluído o suficiente para atrair mais visitantes decididos a enfrentar suas estradas de terra e falta de sinalização, pois seus atrativos naturais contam com várias trilhas e mais de 30 cachoeiras de água gelada e límpida! Melhor assim, já que é um dos poucos destinos próximos de São Paulo que podem ser frequentados tranquilamente aos fins de semana e feriados, sem turbas de turistas ensandecidos e barulhentos.

Para quem vem de Sampa City, recomendo seguir pela Fernão Dias até Bragança Paulista e de lá pegar a estrada que segue para Socorro. Em Socorro é só seguir 6Km até o trevo de Bueno Brandão. De lá são mais 14km a BB, metade de terra em boas condições. Atenção:existe  apenas uma placa indicando o caminho no trevo, apontando para o Bairro de Lavras e Bueno Brandão. O trecho de terra é absolutamente tranquilo para qualquer 4×2.

Para lá, recomendo  ir de carro. As estradas são longas, as atrações são distantes, a sinalização é bastante precária e em vários trechos simplesmente inexiste. Os caras ainda estão engatinhando no ecoturismo e mesmo o Centro de Informações Turísticas não fornece informações confiáveis. Me deram um mapa lá em novembro de 2009 que não marcava distâncias, nem nomes de ruas ou bifurcações, ou seja, de nada servia. O melhor mesmo é escolher as atrações previamente e sair perguntando aos locais, sempre muito prestativos porém com uma noção de distância um tanto peculiar. Encha o tanque. rs

Por lá visitei boa parte das atrações principais. Algumas deram trabalho, outras não. Vamos lá:

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Serra da Canastra (MG) : uma breve introdução

Atualizado em 2018

Este post, dos primórdios do blog, introduz características da região e trás dicas para uma breve visita. Confira informações completas, preços, passeios e dicas para compra de queijos-canastra no nosso roteiro econômico de 7 dias pela região clicando aqui.

A região da Serra da Canastra, na região sudoeste de Minas Gerais, possui algumas das bonitas paisagens mineiras. Apesar de desconhecida da maioria dos brasileiros, o turismo cresce a olhos vistos na região, que teve recentemente as estradas do entorno asfaltadas e urbanizadas. A região da SdC tem cerca de  200 mil hectares e abrange seis municípios: Vargem Bonita, São João Batista do Glória, Capitólio, São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis,  estes últimos três margeando o Parque Nacional da Serra da Canastra.

Criado em 1972 para proteger os recursos hídricos da região, o Parna da Serra da Canastra protege as nascentes do Rio São Francisco, Rio Araguari e Rio Grande, proporcionando também o desenvolvimento da região, rica em atrativos ecológicos e turísticos, gerando renda para os moradores locais e favorecendo o desenvolvimento do mercado de hospedagem turística e a formação de guias da região. Dentro do Parque Nacional, a maior atração é a bela cachoeira Casca D’Anta, de quase 200m de altura, formando a primeira grande queda do “velho Chico”.  A paisagem basicamente preenche-se de  campos rupestres floridos, típico e matas de galerias, povoados por animais raros como o  tamanduá-bandeira,  o lobo-guará e o pato mergulhão e grande quantidade de capivaras, cuja carne é muito apreciada na região e veados-campeiros, frequentemente avistados nas montanhas. Se você optar por visitá-lo atente para o horário pitoresco: o parque abre às segundas, mas fecha às terças-feiras (exceto em feriados prolongados, janeiro e julho). O horário de entrada é até as 16h00 e a saída é permitida até as 18h00h. Depois, uma bela duma advertência espera o visitante, passível de multa. Note que existe uma estrada de cerca de 60 km que corta e dá acesso a outras menores, que levam ao Retiro de Pedras, a cachoeira dos Rolinhos, o cânion do rio São Francisco e a parte alta da Cachoeira Casca D’Anta, que normalmente fica intransitável na época de chuvas. Fomos lá em 2017!

A temperatura da região é amena, com média de  17 graus no inverno e 23 graus no verão, portanto leve roupas de frio e de calor. Chove bastante de dezembro a fevereiro, época em que visitei o parque e pude verificar a péssima condição de boa parte das estradas que o cortam. Se for de carro de passeio 4×2, prepare-se para bastante aventura (ver nota abaixo). Saiba também que a região é palco de diversos conflitos pela posse de terras e passa por um período conturbado em sua história. A implantação do Parque foi muito contestada na região, eis que a área protegida a ser desapropriada possuía dezenas de fazendas, várias delas em região de nascentes. Os fazendeiros resistiram por muitos anos, mas acabaram retirados à forceps pela Polícia Federal e até hoje a questão está sub judice. Entre as décadas de 70 e 90 foram diversos decretos ampliando e restringindo a área de abrangência do parque, motivados pelo lobby dos fazendeiros de um lado e o barulho dos ambientalistas de outro, mas hoje aparentemente o parque está estabilizado nos 200 mil hectares originais. Esperamos que continue assim e que a proteção efetiva saia do papel.

Note que a legislação é bastante severa em relação às permissões do parque, proibindo a prática de esportes radicais como rapel, pêndulo e escalada e restringindo a trilha da Casca D’Anta (parte alta para parte baixa e vice-e-versa) para grupos com guias credenciados. A entrada da trilha é monitorada, tanto embaixo quanto em cima, sendo que os turistas sem guia são avisados já na portaria que podem ver o entorno da cachoeira a vontade, mas não podem subir sob pena de multa. Se for, contrate um guia credenciado e reserve cinco horas para a  caminhada.
Feitas as apresentações, passo às informações atualizadas e impressões pessoais sobre a região:
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Rumo ao Sul: Dias 14 e 15 ( de Urubici a São Paulo, passando por Curitiba)

Três Estados num só dia seria o título para o capítulo final dessa epopéia pelo sul do Brasil, mas no fim da viagem optamos por fechar a conta de forma mais tranquila e quebramos novamente o trajeto. Basicamente, eram três a opções para deixarmos Urubici para trás em direção a São Paulo, lembrando que descartei a BR-116 pelas dicas colhidas de conhecidos e de sites diversos da internet:

a. Asfalto, em direção ao norte, com 2,5 horas de viagem pela SC-430, chegando à BR-282 e depois na região de Florianópolis, na BR-101 (171 km no total).;
b. Terra, descendo a Serra do Corvo Branco (49km até Grão Pará – em boas condições) e de lá para a BR-282;
c. Asfalto, em direção ao sul, descendo a SC-430, Serra do Rio do Rastro – SC438 até Lauro Müller e de lá para a BR-282;

Como já havia feito as duas serras no dia anterior, o mais racional seria seguir pela SC-430 mesmo, em direção ao litoral. Peguei um pouco de trânsito no trecho final, que conta com apenas uma pista e muitos caminhões, mas em geral a descida transcorreu muito bem e cheguei a altura de Floripa depois de cerca de três horas. De lá, foi seguir pela BR-101 até o Paraná, cruzar o Estado, atingir a BR-116 novamente e apontar em São Paulo no fim do dia. A viagem poderia ser feita de uma vez, já que Urubici-SC está a 872km da capital paulista, mas depois de uma viagem de mais de três mil quilômetros, achamos mais prudente quebrá-la e  acrescentar mais um dia a viagem.

Como Bombinhas-SC estava próxima demais e o tempo não ajudava (cerca de 18 graus na data da partida) acabamos optando por Curitiba-PR. Lá seria ideal para abastecer (De Joinville-SC a São Paulo são poucos postos de combustível), comer num lugar legal, acostumar-se aos poucos com o trânsito, dormir bem e chegar tranquilo e descansado a Sampa City no dia seguinte, pouco antes da hora do almoço.

Sem planejamento, esse trecho final acabou se revelando um pouco mais complicado, pois a referência que eu tinha de procurar um Centro de Informações Turísticas na mítica Rua 24 Horas atrapalhou nossos planos. Apesar de constar até hoje no site oficial de Curitiba (veja aqui) o emblemático ponto turístico está fechado para reformas desde 2007! Como estávamos tranquilos quanto a hotéis, pois o posto de informações do local nos daria todo o apoio, aproveitamos o final de tarde para conhecer a bonita Ópera de Arame e seu entorno. Chegando a tal Rua 24 Horas, já próximo do crepúsculo, tudo que encontramos foram mendigos, sujeira e uma placa indicando a reforma. Naquele horário, todos os postos de informação já haviam fechado (claro, porque o da Rua 24 Horas era o único que funcionava 24 horas!) e tivemos de procurar um hotel sem qualquer apoio ou indicação.

Os hotéis do centro estavam todos lotados por conta de congressos que aconteciam na cidade e isso dificultou bastante as coisas. Não conseguimos muitas informações com os habitantes apressados do centro (se o que queríamos era um retorno gradual à vida da cidade grande, estávamos conseguindo) e acabamos pegando o carro e rodando à esmo na hora do rush, à procura de um lugar decente para dormir. Salvou-nos o Hotel Siena, localizado na R. Desembargador Motta, 1181, na esquina com a Av. Silva Jardim. Diária honesta de R$80 o casal e à uma quadra do Shopping Curitiba, próximo também do Shopping Crystal Plaza, Shopping Novo Batel e do Estádio do  Clube Atlético Paranaense. O ótimo atendimento, o quarto limpo e o chuveiro quente foi tudo que aproveitamos do hotel, além do excelente jantar no Shopping Curitiba. Se passar pela metrópole, fique por lá. Carro em Curitiba no horário do rush não ajuda, então se for passear durante a semana, prefira a “Linha Turismo”, que nada mais é que um ônibus estilo “jardineira” que te leva a todos os pontos turísticos e sai a cada meia hora. Porém, confirme antes se ele ainda existe pelo telefone, para evitar lances chatos como o da tal rua que nunca fecha.

Na manhã seguinte, bora pra Sampa City. A cidade é bem sinalizada e é fácil achar a saída para a BR-116. Seguindo em frente, se tudo der certo, em menos de cinco horas já se chega a capital paulista.  O primeiro trecho de viagem é bastante tranqüilo e bonito,porém ao chegar em Miracatú o motorista terá de decidir qual caminho pegar. Vencer a Serra do Cafezal via Rod. Régis Bittencourt – trecho da BR-116 entre São Paulo e Santa Catarina passando pelo Paraná – hoje em dia não é fácil (há trechos que ficaram parcialmente interditados por meses entre 2009 e 2010). Melhor é margear a serra via litoral, utilizando o Sistema Anchieta-Imigrantes. Privatizado em 2008, esse trecho da BR116 está sob responsabilidade de uma concessionária que já tratou de espalhar seis praças de pedágio no trajeto, perfazendo quase R$10 de pedágio, eliminando a única vantagem de seguir pela serra em vez do litoral: a economia.

Não é caro, mas devido a péssima qualidade do asfalto, a grande quantidade de caminhões, a imensa falta de segurança em boa parte do trajeto e as péssimas condições da estrada, sobretudo na Serra do Cafezal (entre os Kms 228 a 253) essa opção não é uma boa. Siga pelo litoral, utilizando a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (sem pedágio) e pegando, ao final, o Sistema Anchieta Imigrantes. Fique atento à sinalização e evite ser pego pelos radares, distribuídos em ambas as estradas para fiscalizar quem ultrapassa os 80km/h. A quilometragem de quem opta por seguir pelo litoral é maior, mas a viagem é uma das mais tranqüilas, bem sinalizadas e seguras do país.

E é isso. Fim da epopéia, porta-malas cheio de comes e bebes, memória cheia de histórias e lembranças. Uma das trips mais bacanas, tranquilas e bonitas que já fiz na vida, totalmente compartilhada com vocês. Espero que tenham apreciado e que as dicas e informações lhes ajudem a viajar tão bem ou melhor que eu naquele inesquecível mês de maio de 2009.

Grande abraço,
Raulzito.

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