Reveillon Mineiro, Dia 05: Santuário Bom Jesus de Matosinhos

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Depois da correria do dia anterior, deixamos o dia 30 para levantar um pouco mais tarde, cutir o café da manhã com calma e conhecer Congonhas, cidade histórica cuja origem remonta a 1757 com a construção do santuário que dá nome a este post e é a principal atração da cidade: Santuário Bom Jesus de Matosinhos.

Já tinha lido sobre ele aqui e as altíssimas notas dadas pelos visitantes me intrigavam, já que em mais de uma ocasião ouvi falar que os famosos profetas já estavam  bastante degradados pela ação do tempo. Nada que impeça os visitantes de curtir, acreditem. As obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde são muito mais bonitas ao vivo.

IMG_4873sSão nada menos que 78 esculturas em tamanho natural, dentre elas os 12 espetaculares profetas dispostos no adro (área externa delimitada) da igreja, feitos inteiramente de pedra-sabão. Suas feições são tão impressionantes que parecem estar vivos. É um trabalho realmente espetacular! Logo abaixo, as capelas que formam a via crucis também são dignas de aplausos. São tão ricas e detalhadas que o passeio entre elas levou quase 1,5h de explicações do guia que contratamos! É um trabalho único, misterioso e impressionante esteticamente. Você pode ser sobre ele aqui, aqui e aqui, mas nada vai chegar perto do que você verá ao vivo. E repito: se você não é versado em arte barroca, nem pensem em economizar no guia. Imprescindível para aproveitar corretamente o passeio.

Na volta, apesar do Restaurante Cova de Daniel bem ao lado, nosso guia recomendou um estabelecimento bem maior e de buffet mais generoso: o Panela de Pedra, que fica na Av. Júlia Kubitscheck, 854. Não chega ao nível dos que experimentamos nas demais cidades, mas sem dúvida vale a visita depois de conhecer o Santuário. E por lá ficamos até o fim da tarde, quando voltamos a Ouro Preto para curtir a noite. Há mais o que ver em Congonhas, mas a cidade não nos inspirou muito a explorar, já que não é charmosa como suas vizinhas, tampouco se preocupou em sinalizar as atrações. O Santuário, entretanto, é muito fácil de encontrar e merece ser visitado.

A seguir, Santuário do Caraça.

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Reveillon Mineiro, Dia 04: Ouro Preto

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Provavelmente esse seria o dia mais desafiador da viagem no quesito “tempo”. Como conhecer uma cidade tão grande, rica e variada com apenas um dia inteiro para apreciá-la? A ideia era fazer da forma mais calma possível, sem stress e correria, porém conhecendo o maior número de atrações.

Dado o traçado tortuoso com ruas apertadas e acidentadas, repletas de impiedosas ladeiras, a melhor e mais tranquila forma de conhecer a cidade, sobretudo o centro histórico, é mesmo a pé. Contratamos um guia na Praça Tiradentes – cobra-se cerca de 60 reais mais o almoço do guia por um dia inteiro de passeio – e partirmos para uma caminhada em meio a uma verdadeira overdose de informações, paisagens, contos e causos sobre a Inconfidência, a época da mineração e o estilo de vida mineiro.

Para nós, a visita já começou por ali mesmo, no Museu da Inconfidência. Muito bacana, com toda informação e relíquias das Minas coloniais que se pode imaginar. O belo edifício renascentista demorou quase 70 anos para ser construído e hoje é o principal ponto turístico da cidade. Já foi Câmara Municipal e Penitenciária Estadual, mas de 1938 pra cá passou por diversos trabalhos de restauração e preparo, tornando-o um moderno e organizado museu, muito gostoso de visitar.

IMG_4846sO trajeto que fizemos acho que pouco importa, já que o montamos de acordo com algumas necessidades particulares que tínhamos: um estava com fome, outro precisava de uma farmácia, outro queria comprar artesanato e por aí vai. Acho que o jeito mais legal de conhecer OP é se jogar nas ladeiras sem pressa, sem obrigações, só para sentir de verdade o lugar. Aquelas ruas apertadas de calçamento rústico e calçadas empoeiradas, repleta de uma arquitetura tão peculiar, me causaram uma sensação parecida com aquela do Gil de Meia Noite em Paris. Fiztgerald, Dali, Hemingway e Picasso aqui são Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Tiradentes. Rola uma sensação de exumação, uma mistura de reminiscências da época de escola com deslumbramento por me impressionar com aquilo tudo como também o fizeram Guignard, Drumond, Vinícius. Ouro Preto é tudo que eu imaginava, mas que não dá para descrever. Passear de dia pela Rua São José é mergulhar na história. Caminhar à noite é entender porque Olavo Bilac escolheu aquele lugar para refugiar-se no passado. Ali todo parnasiano vira barroco, inevitavelmente.  

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