Guia completo para visitar a Serra da Capivara – PI

Atualizado em 20/01/2021

Tudo que você precisa saber para explorar o Parque Nacional da Serra da Capivara e região, com dicas e informações atualizadas. 

Agora que você já se apaixonou pela Serra da Capivara, vamos conhecer a região em detalhes, para que você saiba o que vai encontrar por lá e fazer a viagem mais econômica, divertida e enriquecedora possível.

Quando ir

Aqui não tem segredo. As chuvas no sertão do Piauí são raras, irregulares e as temperaturas sempre altas. Não há rios perenes no Parque e longos períodos de estiagem são frequentes, sendo a temperatura média anual de 28° C. Alcança frequentemente os 35º, especialmente de outubro a janeiro.

O período seco vai de junho a dezembro, quando apresentam-se as melhores condições para trilhas e observação da fauna local. Nessa época a caatinga faz jus ao nome (“selva branca” em tupi). Um ecossistema único no mundo, composto de árvores de pequeno porte bastante espaçadas, que durante esse período ficam esbranquiçadas e quase sem folhas, facilitando o avistamento de animais como veados catingueiros,  guaribas , macacos prego, saguis, tatus, jacus, cotias, preás, serpentes, iguanas – e com muita sorte –  catetos e onças. Além de eles se destacarem na paisagem, pode-se localizá-los próximos aos pontos d´água manejados pelo Parque ou nas adjacências.

Entre os meses de dezembro e maio, a vegetação tinge-se de verde, flores e poços surgem na paisagem e a poeira e a secura diminuem um pouco, porém as trilhas sobre as pedras ficam mais escorregadias e o acesso a algumas atrações, bem como a contemplação de pinturas rupestres se tornam um pouco mais cansativos, porém totalmente executáveis.

Conclui-se, portanto, que o Parna da Serra da Capivara pode ser visitado o ano inteiro, dependendo das condições que você prefere encontrar. Calor é inevitável, chuva e composição da paisagem são opcionais.

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Conheça a Serra da Capivara – PI

Serra da Capivara
A capital da pré-história brasileira

Durante muito tempo, acreditou-se que a colonização da América havia se dado por volta de 12 mil anos atrás, quando  grupos de seres humanos atingiram o continente vindos da Ásia, atravessando o Estreito de Bering, de onde foram se espalhando pelo continente através dos séculos. Pesquisas recentes, entretanto, apontam ser pouco provável que isso tenha acontecido nessa época, eis que aquele corredor não possuía vida vegetal ou animal, ou seja, humanos que tentassem usar a passagem não teriam comida e outros recursos vitais para sobreviver à viagem.

Hoje, acredita-se que o atual território brasileiro foi povoado por homens muito tempo antes, entre 40 mil e 50 mil anos atrás. Segundo essas teorias mais recentes, especialmente as que envolvem pesquisas genéticas, identificaram-se traços de DNA de uma população relacionada aos atuais aborígenes australianos e nativos da Nova Guiné, entre o Sudeste Asiático e a Oceania, na formação de populações tradicionais brasileiras importantes, como os suruí, os karitiana e os xavante.

Dentre os países da América do Sul, o Brasil contribui com evidências muito significativas destas teorias para os estudos arqueológicos mais modernos, especialmente pelos estudos realizados nos estados de Minas Gerais e do Piauí. Neste último, foram descobertos por meio de estudos e pesquisas lideradas pela arqueóloga Niéde Guidon, ossos de animais pré-históricos, fragmentos de cerâmica, machados de pedra, fogueiras e o maior conjunto de pinturas rupestres a céu aberto do planeta, atualmente protegidos pelo Parque Nacional da Serra da Capivara.

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Cuba de mochila: treze dias de praia, rum e revolução

Se você já sabe porque deve ir para Cuba e já conferiu nosso Guia de Cuba para Mochileiros, é hora de conferir o relato dessa mochilada que rolou de 05/05 a 17/05/2016, com dados atualizados em 2017. Descrevi tudo que julgo importante sobre Havana, Trinidad, Santa Clara, Viñales e Cayo Largo der Sur, exploradas com calma em treze dias muito bem aproveitados. Espero que gostem e coloco-me à disposição para responder às dúvidas que surgirem. Buen provecho!

DIA 1

Quem não gosta de se surpreender, não pode ser mochileiro.

Cuba me surpreendeu logo no primeiro contato. Pouco mais de uma hora depois do táxi me deixar na casa da Sra. Isabel, já estava nos arredores do Passeo del Prado, caminhando de mãos dadas com minha esposa sob o lusco-fusco do entardecer. O primeiro contato com Centro-Havana me assustou um pouco, dada a antiguidade dos imóveis, com suas fachadas mal conservadas e o aspecto decadente dos equipamentos públicos. Em cinco minutos de caminhada, entretanto, já caíra no famoso calçadão do século XVIII, rodeado de edifícios neoclássicos, belas estátuas de bronze com formato de leões, cavaletes com obras de arte à venda, crianças ensaiando com seus instrumentos musicais e idosos apreciando a paisagem sentados em bancos de mármore bem polidos e limpos. “Havana é o próprio contraste”, pensei.

Ao final do Paseo, já na transição para Havana Vieja, topei com uma rua escura. Já desprovido de meu smartphone, inútil num país quase sem internet (atualização: em 2017 já há hotspots de acesso espalhados pela ilha – saiba mais no site da ETCSA )  consultei aquele que seria meu maior aliado na viagem: o mapa dos arredores que imprimira em casa, dias antes. O caminho para o restaurante que procurava estava correto, minha segurança de caminhar no escuro numa capital desconhecida, nem tanto! Inspirado pelo discurso assertivo de minha anfitriã momentos antes, tomei coragem e prossegui. Poucos passos pude dar, entretanto, quando me dei conta de que estava sendo seguido. De canto percebi sombras atrás de mim, acionando de imediato o sentido-paulista de prontidão. Apertei. As sombras aceleraram também. Pensei “perdi”. Aceleraram mais. Cerrei os punhos esperando pelo pior e me virei. Minha esposa suspirou.

Era um jovem casal, também de mãos dadas, com um semblante tranquilo, temperado por uma irreverência que me incomodou de início, mas acalmou na sequência. “Tranquilo“, disse o rapaz, enquanto pousava sua mão esquerda sobre meu ombro. “Es en Cuba. No hay violencia. Se puede caminar sin tener que preocuparse”. A garota riu e partiram, ele com uma garrafa de rum na mão, ela agarrada a ele, sumindo na noite.

Foi um tapa na cara mais que bem-vindo. Eu estava longe de casa. Eu não sabia de nada. Eu não estava preparado. Eu já estava adorando.

Ainda com o sabor de surpresa na boca, fomos ao majestoso Hotel Inglaterra, comprar na agência da Cubatour nosso pacote para Cayo Largo der Sur ($200, tudo incluso) para onde iríamos em dois dias. Resolvemos tudo em cinco minutos e por volta das 20h chegamos ao El Trofeo para jantar. Cara, que lugar bacana! À primeira vista parece uma construção abandonada, mas logo depois de adentrar a portinha você avança sobre o corredor escuro, desviando do movimento, tateando pelo corrimão envelhecido e topa com uma escada. No primeiro andar, uma porta leva a um elegante salão, com mesas bem atoalhadas, garçons elegantes e um público sofisticado. Fica pra próxima, né? Segundo andar, aqui sim, uma portinha mais simples nos levou a um salão menor, cheio de cortinas, também lotado. Observei que garçons apressados carregavam despejavam mojitos nas mesas e já ia entrando quando uma hostess bastante simpática me arranjou uma mesa de canto – ótima para apreciar o movimento – e em quinze minutos estavam jantando. Por $20, jantamos um bife uruguayo (o parmegiana deles, composto por um gigantesco, alto e suculento corte próximo do contra-filé, coberto com presunto, molho te tomate e muçarela), acompanhado de batatas souté bem temperadas, dois sucos de manga deliciosos e um mojito – o primeiro de muitos – bem feito. Um primeiro dia perfeito!

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Ilha de Páscoa para Mochileiros : Uma Semana em Rapa Nui

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Agora que você já sabe tudo sobre o incrível vulcão Rano Kau, já leu sobre a história, a cultura e os atrativos da ilha de Páscoa e já tem uma boa ideia do que são aquelas pedras imensas chamadas moais, segue a sugestão de um roteiro de uma semana inteira na ilha – tempo que considero ideal para aprender, caminhar e curtir a ilha com calma.

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