Guia: Vacinas e quais remédios para levar quando viajar

ATUALIZADO!Atualizado em 15/10/2021 com passo a passo para tirar o Certificado de Vacinação Covid-19 e Certificado Internacional de Vacinação para Febre Amarela

Febre de quarenta graus no Lago Titicaca.

Desarranjo intestinal no Ilha de Marajó.

Insolação em Floripa.

Picada de abelha na Serra da Capivara.

Quando adentramos territórios desconhecidos, o corpo sente e ficamos mais vulneráveis às intempéries. Evitando perder sua viagem tão esperada, levar a na mochila uma farmácia particular pode salvar suas férias e talvez sua vida.

Assim, atendendo a pedidos, publico a seguir uma relação de remédios básicos para se carregar em viagens longas e dicas para se manter saudável antes, durante e depois da viagem.

Alerta aos viajantes incautos: em terras longe de casa, todo cuidado com os remédios é pouco, sobretudo se resolver misturá-los. Caso você se sinta mal e seja obrigado a automedicar-se, observe. Persistindo seu estado de antes da medicação, considere voltar à civilização e procurar um profissional de saúde em vez de tentar outra medicação. Nenhuma viagem vale o resto de sua vida. 

Continue lendo “Guia: Vacinas e quais remédios para levar quando viajar”

Share

Sete dicas para brasileiros não passarem vergonha no exterior

Atualizado em 03/11/2019

Já é um clichê. Você está tomando sua caipirinha lá naquele boteco bacana de Paraty e eis que um gringo encosta no balcão, àquela hora da noite em que as palavras saem molhadas, e ele lança aquele “charmosos, otimistas, sorridentes, hospitaleiros” que o Seth gostava de falar no iG nos longínquos anos 2000. Aqui tudo pode, diz o gringo.

Nem tudo, mas é fato que somos bastante flexíveis quanto a regras de convivência por aqui. Se você nunca parou para pensar que essa boa vontade com turistas não seja regra no resto do mundo, é bom maneirar na capirinha.

1) Não tirar os sapatos ao entrar em casa. Nos EUA e o Japão, existe o costume de tirar os calçados logo depois de entrar em casa e circular de meias. Ou seja, se for convidado para uma refeição na casa de alguém, é de bom tom deixar os sapatos do lado de fora. Se você não fizer isso, será mal visto nos EUA e será advertido no Japão. Em qualquer situação, terá que deixar os sapatos ao lado da porta de entrada e é bom que suas meias estejam em bom estado. Como é um costume difundido nesses países, também o é estar com meias impecáveis sempre;

2) Fazer Joinha. É, amigo. Aquele sinal janota de levantar o polegar concordar, com aquele sorriso de “tá certo”, “vai lá” ou mesmo “obrigado” não é tão legal no exterior. Fazer com as duas mãos ao mesmo tempo então… é bem Homer Simpson. Em boa parte do mundo não quer dizer nada, noutros cantos é um comportamento esquisito (acredito, há povos em que  o gestual conta mais que o oral) e há locais em que é considerado vulgar, ofensivo (sobretudo na Ásia). Evite fazer figa: na Grécia, Tunísia, Turquia e Holanda é um extremamente vulgar;

3) Tomar banho excessivamente. E por banho excessivo, acredite, alguns países entendem um por dia. Sim, brasileiros são o povo que mais toma banho no mundo. Moramos num país em que água nunca foi problema (exceto em São Paulo) e estamos acostumados e suar um pouquinho e jpa correr para o banho. Por aí não é assim não.  Na Europa, onde a água é caríssima (mais que internet, mais que gás, mais que quase tudo) por exemplo, tomar um banho por dia só em dias muito quentes e se não houver piscina no seu hotel (mergulhou, tá limpo). Em hostels e hotéis mais baratos, é comum chuveiros terem temporizadores. Em hotéis mais caros, minutos extras são cobrados à parte. Portanto, se você alugar um apartamento ou ficar na casa de alguém, preste atenção para não ofender ninguém. Nem causar-lhe uma dívida que demorará meses para pagar;

4) Usar roupas de praia estilo brasileiro. Para encurtar a história: no Brasil pode-se usar qualquer coisa na praia. Homem em mulher. Pode até mesmo usar nada, ou quase nada, em vários lugares. Por aí, não é assim não. Se homem, para evitar olhares tortos e problemas com turistas-embriagados-patrulheiros-da-moralidade, o ideal é usar um calção e pronto. Mulheres, eu sei, biquinis grandes são horríveis. Para não ficar com marcas grandes demais no bronzeado, fique na água com o que se sentir mais a vontade e invista numa saída de praia enquanto estiver fora dela. Infelizmente é comum em alguns países que se interprete biquinis curtos como um convite ou uniforme de profissões, digamos, alternativas;

5) Papel higiênico. Sem meias palavras: caso você não saiba, mora num país pobre. A falta de uma boa rede de esgoto que trate adequadamente os resíduos é um enorme problema para boa parte da população (mais da metade, para ser mais preciso) e é por isso que jogamos papel higiênico usado no cesto de lixo, não na descarga. Japão, Suíca, Dinamarca, França, Espanha, Inglaterra… todos esses países tem quase 100% de esgoto tratado adequadamente, daí eles podem se dar ao luxo de jogar papel higiênico na privada. E acham bastante nojento você jogar o seu num cesto;

6) Beijar muito. Beijo é coisa de brasileiro. Tem gringo que vai pra cama, troca fluídos na boa, mas se sente acanhado em beijar na boca. Então pense bem:  é muito mais aceitável em público do que em outros países. No Brasil beija-se bastante na boca, especialmente os mais jovens. É bastante comum namorar no parque, no bar, no cinema, na praia. Mesmo entre amigos. Lá fora, fazer isso em alguns países pode ser considerado inadequado, imoral, contravenção e até crime. Evite fazer isso em público, exceto em festas e eventos mais descolados, onde vale a pena observar o que os outros estão fazendo e manter-se nesse limite. Em hostels, em que é comum formar turmas de amigos que acabaram de se conhecer, evite beijar na boca na presença dos outros em passeios, jantares, piqueniques ou qualquer local de uso comum. Gringo acha feio;

7) Não dar gorgeta. Esse é o que eu acho mais chato, mas necessário. No Brasil, a conta já vem com a gorgeta incluída, não precisamos fazer conta nem falar de dinheiro com ninguém. E amamos ser simples assim. O fato é que nossa legislação trabalhista garante um salário mínimo ao garçom e as gorjetas são extras, repassadas aos garçons individualmente ou mesmo divididas por igual, depois de descontadas as taxas das maquininhas. No exterior, como nos EUA, por exemplo, é muito comum que a única remuneração do garçom seja a gorgeta, motivo pelo qual é muito feio, antiético, sovina (e em alguns lugares, ilegal) você não dar gorgeta. Mesmo se não tiver gostado do atendimento.

Lembra aquela famosa cena do “I don´t tip” do personagem Mr. Pink em Cães de Aluguel? Apesar de engraçado, é muito feio. Não faça.

Há sites especializados no assunto, como o TipAdvisor, que apesar do trocadilho infame, é bem completo e divertido de explorar. Na dúvida, o ideal é perguntar assim que se chega no país. Eu gosto de perguntar no balcão do meu primeiro hotel. Sempre me explicaram com cortesia e precisão, às vezes até mesmo na minha língua. Não tem erro;

8) Exigir cerveja gelada. E tomar em qualquer lugar. Às vezes descobre-se da pior forma, mas acredite, o ideal é aprender com a experiência dos outros. A primeira coisa que você deve saber é que o consumo de álcool, apesar de permitido, tolerado e até incentivado, em alguns casos, isso não é de forma alguma pacífico ao redor do globo. Nos EUA, em muitos cidades o consumo e venda de álcool são punidos por lei. Alabama, Alasca, Arkansas, Flórida, Kentucky, Mississippi e Texas, são Estados que possuem desde restrições para consumo na rua até proibição da comercialização. Na Índia, há Estados em que turistas devem adquirir uma autorização para comprar bebidas alcoólicas, e noutros, mais ao norte do país, a comercialização também é proibida. Nos Emirados Árabes e no Chile, comprar e consumir é OK, mas JAMAIS em público. Se você for pego bebendo em Bangladesh, no Iêmem, na Líbia ou no Irã, pode ser preso. No Paquistão também, a não ser que prove não ser muçulmano (lembre de pegar a certidão de batismo na gaveta da vovó).

Quanto à temperatura, a regra é que nos países tropicais prefere-se cervejas menos encorpadas e bem geladas. Nos equatoriais, leia-se Europa, o sabor da cerveja é importante há muito tempo, bem antes das cervejas artesanais chegarem por aqui. A ideia é desfrutar da bebida como fazemos com os destilados;

9) Tratar os outros como escravos. Em alguns países é feio, estranho, surreal, bizarro… ter escravos como muitas famílias ainda tem no Brasil. Sabe aquela cena da família sentada na mesa, pedindo pra empregada trazer queijo ralado? Ou o copo de água? É restrita a pessoas muito ricas em boa parte do mundo. E em outros cantos isso não existe, nem mesmo nessa situação. Primeiro pela sensação de independência e auto-estima, muito caras a determinados povos. E em segundo porque ter uma empregada doméstica na casa é tão caro, mas tão caro, que é preferível gastar com algum item luxuoso uma vez na vida do que cogitar ter uma. Outra coisa: uma criança européia, em geral, não pede um copo de leite, ela abre a caixinha coloca no seu próprio copo. Ela não pede para comprar chocolate, ela pega o dinheiro e vai. Ela não manda alguém lhe fazer um lanche, ela mesma abre a geladeira e faz. Aliás, outra peculiaridade nossa: tratar as crianças como se fossem incapazes. Crianças aprendem desde cedo a fazer tarefas domésticas em várias partes do mundo, saem muito cedo de casa (muito antes de “casar”) e não há nada de errado nisso. Então, manere se estiver na casa de alguém e ficar pedindo a algum prestador de serviço da casa que te sirva;

10) Falar sobre política. Antes podia. Agora, perdemos esse direito. Essa eu não preciso explicar.

Anotado? Boa viagem! 🙂

 

Share