Rumo ao Sul: Dias 8 e 9 ( Bento Gonçalves )

Bem-vindo a capital brasileira da uva e do vinho, terra de boa comida, habitantes simpáticos e hospitaleiros, muita beleza, cultura e diversão à moda italiana. Passei dois agradáveis dias na região e gostei de absolutamente tudo que vi, tomei, comi, ouvi e presenciei. De início, informo que os 110 km que separam Gramado de Bento Gonçalves estão bem conservados e sinalizados, não oferecendo qualquer dificuldade, mesmo à noite. Na chegada da cidade, no chamado Pipa Pórtico (uma pipa de vinho, de 17m de altura) há um centro de informaçõees turísticas bastante completo, as quais você pode adiantar aqui.

A cidade é grande e bem estruturada. Tem agências bancárias do BB, Bradesco, Real, Banrisul, CEF, HSBC, Itaú, Unibanco  e Santander, vários caixas eletrônicos e a maioria do comércio aceita cartões de débito e crédito. Há muitos pontos turísticos, suficientes para se passar ao menos uma semana por ali. Destaque para a Via del Vino, Museu e Monumento do Imigrante, a Calçada da Arte, o passeio típico de Maria Fumaça, o Palácio Municipal, a Fundação das Artes, o Parque Temático Epopéia Italiana,  diversas igrejas de valor histórico e os quatro grandes roteiros: Vinhos de Montanha, Vale do Rio das Antas, Vale dos Vinhedos e Caminhos de Pedra, com destaque para esses dois últimos que descrevo abaixo.

O Vale dos Vinhedos é sensacional. Legado dos imigrantes italianos, tem uma paisagem linda, pessoas simpáticas, sinalização perfeita e inúmeros parreirais que enfeitam a visão e provêm ótimos vinhos. É indispensável um mapa (conseguido em qualquer casa de apoio ao turista da cidade) para seguir as atrações das dezenas de vinículas do vale. Não deixe de visitar as vinículas grandes como a Aurora, a Miolo e a Casa Valduga, onde você aprende muito sobre vinhos e ainda pode abater os valores pagos pela visita guiada nas lojas de vinho ou trocar por taças personalizadas e conheça também as pequenas, como Cave de Pedra e as familiares, como a Dom Cândido. Nas grandes você aprende muito, faz visitas guiadas e interessantes e trás bons presentes para casa, enquanto nas pequenas você faz amizade, tem tratamento personalizado, aproveita preços melhores, come bem e a bom preço e aprende sobre os costumes do local. Há também muitos hotéis, restaurantes e queijarias. Procure comprar vinhos com a indicação do IPVV, que identifica produtos com procedência da região.

Os Caminhos de Pedra também valem a visita. Trata-se de um roteiro cultural e gastronômico na zona rural de BG, onde pode-se entrar em contato com a cultura italiana das famílias que chegaram há mais de um século na região, sem um tostão no bolso mas com muita vontade de trabalhar. A cultura dos trabalhadores, a religiosidade das famílias e as casas com queijos, molhos e mates fabricados artesanalmente podem ser visitadas em uma tarde ou com calma, num dia inteiro.

Casa fundada em 1900, na Casa da Erva Mate Ferrari, curti muito a demostração de como é feita a erva-mate num processo artesanal,  movido a roda d’água, com degustação do chimarrão, lojinha artesanato e artigos diversos para chimarrão. O mate dos caras é muito bom e a conversa da Sra. Jaqueline é ainda melhor.  Na Casa da Ovelha ( http://www.casadaovelha.com.br ) não deixe de provar e aprender sobre os queijos pecorino toscano (prove o fresco e o maturado!) e feta e o doce de leite de ovelha, muito saboroso e diferente. Mais informação aqui. Visite também o El Cantutio del Pomodoro e della Gasosa, cujo nome já o apresenta (molhos caseiros caros, mas excelentes, como o Pesto e de Tomate Seco) e se quiser saber um pouco mais, converse com o Célio e a Maristella, que certamente lhe darão uma aula de molho de tomate.

Para ficar, escolhi a Pousada Santo Antonio. Quartos simples, porém aconchegantes, atendimento show de bola, estrutura muito boa (café da manhã, estacionamento, garagem, internet, sinuca, sala de tv e som, indicação de pontos turísticos e reservas de passeios) e preço excelente (de R$70 a R$110 por casal, variando época e tipo de apartamento). O proprietário foi muito atencioso conosco, buscando-nos na entrada da cidade e fazendo um delicioso pinhão na chapa nas noites frias. Para comer bem e barato na cidade, procure o Tigrão, bem próximo da pousada, que serve almoço, jantar, lanches e a la carte (Rua São Paulo, nº 311, Bairro Borgo) ou consulte o guia gastronômico da cidade. Não deixe de pedir as direções no hotel antes de sair, pois o centro tem trânsito confuso e não é tão bem sinalizado quanto às principais atrações.

Passei dois dias na região e parti para Urubici-SC, última parte da trip rodoviária pelo sul antes do retorno a São Paulo. Na saída, comprei bons vinhos a preços ridículos nas vendas à beira da estrada e provei ótimos sucos na Casa do Suco, que fica na estrada Bento-Farroupilha (RST 452 – Km. 115,4). Alerta: essas lojinhas da estrada no sentido norte parecem feitas para encher o porta-malas!

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