Ilha do Cardoso : Natureza Intacta ao lado de São Paulo

Vinte e dois mil hectares de mata atlântica para apenas quatrocentos habitantes.  Te parece uma boa proporção? Pode ficar ainda melhor!

A Ilha do Cardoso é um distrito da cidade de Cananéia, cidade localizada no meio do caminho entre São Paulo (258km) e Curitiba (260km), última cidade do litoral paulista antes da divisa com o Paraná. Geograficamente, a Ilha do Cardoso fica próxima a suas irmãs mais famosas, Ilha do Mel e Ilha Comprida, mas  com viés totalmente diferente: aqui a beleza é totalmente selvagem. É lá que fica o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, porção mais rica em vegetação de Mata Atlântica e diversidade biológica do Sudeste brasileiro. Singulares costões rochosos,  grande variedade de animais selvagens, muita restinga e manguezais intactos,  uma quantidade imensa de aves que sobrevoam o mar todas as manhãs e finais de tarde, pôr-do-sol cinematográfico garantido quase todos os dias e um dos céus mais estrelados de São Paulo são diversão garantida para quem não se importa em deixar o celular em casa e abdicar da luz elétrica por alguns dias.

A maioria dos turistas que visitam o local costumam ficar no Vilarejo do Marujá, lado mais pop da ilha, cujas referências estão bastante espalhadas pela internet afora e não há qualquer dificuldade na preparação. Mas o mochileiro maluco quer mais, muito mais.

Dividida entre a porção oceânica – repleta de águas claras, mar bravo, costões rochosos e muita vegetação atlântica – e a porção de selva – basicamente formada por manguezais, fauna e flora abundantes – a Ilha do Cardoso é diversão garantida para quem gosta de natureza e pretende fugir da civilização sem rodar ou gastar muito. E já que o negócio é integração, a grande dica é ficar do outro lado da ilha, local ainda mais isolado! Confira:

Continue lendo “Ilha do Cardoso : Natureza Intacta ao lado de São Paulo”

Share

Cananéia: Primeira Cidade do Brasil?

Aproveitando a discussão iniciada com o lançamento do ótimo 1808 , este post rápido também é sobre o que não se aprende na escola.

Todo mundo sabe que o título oficial de primeira cidade (ou vila? vide comentários abaixo) do Brasil pertence a São Vicente, cidade hoje um tanto quanto esquecida ali no amontoado de municípios que sofrem com crise de identidade no litoral sul paulista. Entretanto, cresce cada vez mais o time de historiadores que defendem a exuberante (e também um tanto quanto desconhecida) Cananéia em sua briga pelo tapetão da história.

Em síntese, no ano de 1531 o português Martim Afonso de Souza foi enviado ao Brasil pelo governo português com a missão de fixar uma colônia projetada.  Ao apontar na região de Cananéia, o português teria encontrado um vilarejo em pleno crescimento, chefiado por outro português,  Gomes Fernandes, que vivia ali amasiado com uma índia de nome Caniné desde 1502.  Caniné… Cananéia… manja?

Afonso de Souza teria passado quarenta e quatro agradáveis dias no pequeno povoado, seguindo viagem pelo litoral até a tal São Vicente, onde fundou oficialmente o primeiro município brasileiro. Mas o mapa-múndi do belíssimo Monumento dos Descobrimentos localizado em Lisboa, que demonstra cravadas em mármore as rotas dos navios naquela época, atesta a segunda chegada de portugueses no Brasil em 1502, exatamente na cidade de Cananéia.  Tá lá. Não há muito o que discutir, não?

O fato é que quando Souza aportou em Cananéia o fez na hoje denominada Ilha do Cardoso, estabelecendo um marco da coroa portuguesa no local. Hoje há uma réplica em seu lugar, feita em cimento, no alto de um rochedo que pode ser alcançado com algumas horas de caminhada.

Leia mais aqui sobre a discussão. Veja aqui outra versão. E aqui, sobre qual é a da tal ilha e seus atrativos mais interessantes para os mochileiros de plantão. Boa leitura!

Share