Paranapiacaba : um pouco de história

Localizada ao sul do município de Santo André-SP, a 33km do centro da cidade e 51km da capital, a antiga Vila Ferroviária de Paranapiacaba é um destino interessantíssimo, dada a curta distância dos grandes centros e o grande interesse histórico, paisagístico e cultural. Neste texto, enumeramos diversos motivos para você visitar esse patrimônio histórico brasileiro, enquanto conhece um pouco da charmosa história local.

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Conheça o Amazonas: seu guia cidade/selva para explorar a Amazônia

Naquela dilatação maravilhosa dos horizontes, banhados no fulgor de uma tarde incomparável, o que eu principalmente distingui, irrompendo de três quadrantes dilatados e transcoando-os inteiramente – ao sul, ao norte e a leste – foi a imagem arrebatadora da nossa pátria que nunca imaginei tão grande
                                                                     Euclides da Cunha, Um Paraíso Perdido.
Conhecer a Amazônia é conectar-se com o que a natureza tem de mais belo e brutal, mergulhar no Brasil profundo, rico, exuberante e autêntico.
E conhecer a Amazônia pelo Estado do Amazonas é superlativo em todos sentidos: o maior Estado do país em extensão territorial, com uma área de 1 559 146,876 km², é maior que as regiões Sul e Sudeste juntas. É mais do que os territórios de França, Espanha, Suécia e Grécia juntas. E que riqueza!
No roteiro que narro a seguir, de quinze dias, apenas arranhei esse naco de terra maravilhoso e fiquei impressionado com tudo que vi, vivi e aprendi. Os incríveis restaurantes, museus e parques de Manaus, as caminhadas na selva, os banhos e passeios de barco naquela imensidão de rios, a cultura dos ribeirinhos, seringueiros e indígenas, o contato com as exuberantes fauna e flora amazônicos. Experiências que não tem preço.
E por falar em preço, vamos ao que interessa: viajar pelo Amazonas é caro? É. Mas é despropositadamente caro? Não. Entender o porquê não é óbvio, mas é simples: numa área de proporções tão gigantescas, cujo principal meio de deslocamento é fluvial, a questão é a praticidade. Você pode ter muito tempo, deslocar-se numa canoa e gastar nada ou pode se valer da tecnologia, viajar de avião e barcos à motor, conhecendo mais coisas em menos tempo. E é por isso que comparar uma trip pelo Amazonas com orçamentos para destinos internacionais, como uma caminhada pelas ruas de Lisboa ou descansar um resort no Caribe, não faz o menor sentido.
Além da questão financeira, decidir viajar para o Amazonas é uma questão de experiência. Nada do que você viverá na maior floresta tropical do planeta se compara a experiências culturais no Velho Mundo ou comer lagosta num mar de águas cristalinas. Todas essas viagens têm seu valor, seu custo, seu retorno, sua marca. A proposta aqui é de uma viagem que vai mudar a sua cabeça para sempre, expandir sua ideia de Brasil, enriquecer a sua vida. Quem vê um rio do porte do Amazonas de pertinho, atualiza todas as suas definições de grandeza. Quem experimenta um peixe amazônico fresco, nunca mais vai comer tilápia do mesmo jeito. Quem enxerga aquele tapete verde da janela do avião pela primeira vez, jamais vai caminhar num parque da mesma forma. Tudo vai mudar! E você pode fazer isso sem abrir mão de conforto, sem endividar-se por décadas, sem correr riscos desnecessários.
Mas como planejar tamanha jornada se você nunca fez nada parecido antes? O roteiro que escolhi, para ficar claro, contempla o máximo de experiências marcantes, num tempo razoável e gastando o mínimo necessário para realizá-las sem sofrimento, com segurança, diversão e aprendizado. As dicas e relatos, no entanto, permitem adaptar o roteiro se o seu objetivo for um mochilão super econômico ou mesmo podendo gastar um pouco mais.

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Capitólio e Serra da Canastra: um roteiro alternativo e econômico

ATUALIZADO!Atualizado em 26/04/2021

Estabelecimentos comerciais, de prestação de serviços, supermercados e galerias funcionando das 9h às 17h, de segunda a sexta com capacidade de atendimento reduzida. Bares, restaurantes  e lanchonetes das 5h às 22h, de segunda a sexta, com 1/3 da capacidade de atendimento. Após o horário e aos sábados e domingos, por ora,  somente por delivery e drive-thru.

Um roteiro de carro econômico (mas sem miséria) com trilhas, cachoeiras, passeios de barco, degustação de queijos canastra e um pouco de lama. 

Minas Gerais é tão vasta, diversa e linda, que proporciona tantos roteiros de viagem quanto as estrelas de seu céu infinito. A viagem que narro a seguir deu-se no reveillon de 2017/2018 e foi fruto de um planejamento que levou em conta a maior diversidade possível de passeios, gastando menos com hospedagem e aproveitando o que a região tem de melhor: as paisagens bucólicas, os queijos incríveis, as cachoeiras abundantes e o povo hospitaleiro.

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Petrolina e Juazeiro : Guia Completo com Dicas e Roteiros pelo Vale do São Francisco

“Um rio, meus amigos, é profundo como a alma de um homem.
Na superfície, são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranquilos e escuros, como o sofrimento dos homens”.
Guimarães Rosa
 
E é por causa do Velho Chico que eu caí pra esses lados quando planejei a viagem para o Parque Nacional da Serra da Capivara, em 2016. Pesquisando num site aqui e outro ali, conversando com amigos que já foram e assistindo a alguns documentários na TV, entendi que o percurso mais interessante para atingir o sertão do Piauí seria partir não da capital daquele Estado, mas sim da ilustre capital do São Francisco pernambucano – Petrolina – e sua vizinha baiana – Juazeiro.

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Feriado em São Miguel Arcanjo : Show de Mata Atlântica no Parque Estadual Carlos Botelho

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Atualizado em 23/11/2019

Seguindo na busca por lugares eco-interessantes no sudeste brasileiro ainda não descobertos pelas grandes multidões, compartilho com vocês mais um achado, dessa vez em terras paulistas:  São Miguel Arcanjo!

E bota “eco” nisso! Dos cerca de 1.200 muriquis existentes no Brasil hoje, mais de  800 estão no Parque Estadual Carlos Botelho, um dos mais ricos em vida selvagem do Estado de São Paulo, bem ali no coração de São Miguel. Juntam-se a eles mais de 200 espécies de aves em 37 mil hectares de matas primárias e secundárias em franca regeneração. Paraíso.

Criado em 1981 a partir da unificação de quatro unidades de conservação (Carlos Botelho, Capão Bonito, Travessão e Sete Barras) o parque é a atração mais bacana de São Miguel e hoje é reconhecido oficialmente pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Mundial Natural.

E Como todo bom parque estadual, o Carlos Botelho tem uma área bastante extensa, destinada à proteção de seu ecossistema, cuja finalidade é resguardar seus atributos naturais, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos científicos, educacionais e recreativos. E não é só: o Parque da Onça Parda e a Parque do Zizo são duas RPPNs vizinhas que valem a visita.

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Serra da Canastra (MG) : uma breve introdução

Atualizado em 2018

Este post, dos primórdios do blog, introduz características da região e trás dicas para uma breve visita. Confira informações completas, preços, passeios e dicas para compra de queijos-canastra no nosso roteiro econômico de 7 dias pela região clicando aqui.

A região da Serra da Canastra, na região sudoeste de Minas Gerais, possui algumas das bonitas paisagens mineiras. Apesar de desconhecida da maioria dos brasileiros, o turismo cresce a olhos vistos na região, que teve recentemente as estradas do entorno asfaltadas e urbanizadas. A região da SdC tem cerca de  200 mil hectares e abrange seis municípios: Vargem Bonita, São João Batista do Glória, Capitólio, São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis,  estes últimos três margeando o Parque Nacional da Serra da Canastra.

Criado em 1972 para proteger os recursos hídricos da região, o Parna da Serra da Canastra protege as nascentes do Rio São Francisco, Rio Araguari e Rio Grande, proporcionando também o desenvolvimento da região, rica em atrativos ecológicos e turísticos, gerando renda para os moradores locais e favorecendo o desenvolvimento do mercado de hospedagem turística e a formação de guias da região. Dentro do Parque Nacional, a maior atração é a bela cachoeira Casca D’Anta, de quase 200m de altura, formando a primeira grande queda do “velho Chico”.  A paisagem basicamente preenche-se de  campos rupestres floridos, típico e matas de galerias, povoados por animais raros como o  tamanduá-bandeira,  o lobo-guará e o pato mergulhão e grande quantidade de capivaras, cuja carne é muito apreciada na região e veados-campeiros, frequentemente avistados nas montanhas. Se você optar por visitá-lo atente para o horário pitoresco: o parque abre às segundas, mas fecha às terças-feiras (exceto em feriados prolongados, janeiro e julho). O horário de entrada é até as 16h00 e a saída é permitida até as 18h00h. Depois, uma bela duma advertência espera o visitante, passível de multa. Note que existe uma estrada de cerca de 60 km que corta e dá acesso a outras menores, que levam ao Retiro de Pedras, a cachoeira dos Rolinhos, o cânion do rio São Francisco e a parte alta da Cachoeira Casca D’Anta, que normalmente fica intransitável na época de chuvas. Fomos lá em 2017!

A temperatura da região é amena, com média de  17 graus no inverno e 23 graus no verão, portanto leve roupas de frio e de calor. Chove bastante de dezembro a fevereiro, época em que visitei o parque e pude verificar a péssima condição de boa parte das estradas que o cortam. Se for de carro de passeio 4×2, prepare-se para bastante aventura (ver nota abaixo). Saiba também que a região é palco de diversos conflitos pela posse de terras e passa por um período conturbado em sua história. A implantação do Parque foi muito contestada na região, eis que a área protegida a ser desapropriada possuía dezenas de fazendas, várias delas em região de nascentes. Os fazendeiros resistiram por muitos anos, mas acabaram retirados à forceps pela Polícia Federal e até hoje a questão está sub judice. Entre as décadas de 70 e 90 foram diversos decretos ampliando e restringindo a área de abrangência do parque, motivados pelo lobby dos fazendeiros de um lado e o barulho dos ambientalistas de outro, mas hoje aparentemente o parque está estabilizado nos 200 mil hectares originais. Esperamos que continue assim e que a proteção efetiva saia do papel.

Note que a legislação é bastante severa em relação às permissões do parque, proibindo a prática de esportes radicais como rapel, pêndulo e escalada e restringindo a trilha da Casca D’Anta (parte alta para parte baixa e vice-e-versa) para grupos com guias credenciados. A entrada da trilha é monitorada, tanto embaixo quanto em cima, sendo que os turistas sem guia são avisados já na portaria que podem ver o entorno da cachoeira a vontade, mas não podem subir sob pena de multa. Se for, contrate um guia credenciado e reserve cinco horas para a  caminhada.
Feitas as apresentações, passo às informações atualizadas e impressões pessoais sobre a região:
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