Guia completo para visitar a Serra da Capivara – PI

Atualizado em 20/01/2021

Tudo que você precisa saber para explorar o Parque Nacional da Serra da Capivara e região, com dicas e informações atualizadas. 

Agora que você já se apaixonou pela Serra da Capivara, vamos conhecer a região em detalhes, para que você saiba o que vai encontrar por lá e fazer a viagem mais econômica, divertida e enriquecedora possível.

Quando ir

Aqui não tem segredo. As chuvas no sertão do Piauí são raras, irregulares e as temperaturas sempre altas. Não há rios perenes no Parque e longos períodos de estiagem são frequentes, sendo a temperatura média anual de 28° C. Alcança frequentemente os 35º, especialmente de outubro a janeiro.

O período seco vai de junho a dezembro, quando apresentam-se as melhores condições para trilhas e observação da fauna local. Nessa época a caatinga faz jus ao nome (“selva branca” em tupi). Um ecossistema único no mundo, composto de árvores de pequeno porte bastante espaçadas, que durante esse período ficam esbranquiçadas e quase sem folhas, facilitando o avistamento de animais como veados catingueiros,  guaribas , macacos prego, saguis, tatus, jacus, cotias, preás, serpentes, iguanas – e com muita sorte –  catetos e onças. Além de eles se destacarem na paisagem, pode-se localizá-los próximos aos pontos d´água manejados pelo Parque ou nas adjacências.

Entre os meses de dezembro e maio, a vegetação tinge-se de verde, flores e poços surgem na paisagem e a poeira e a secura diminuem um pouco, porém as trilhas sobre as pedras ficam mais escorregadias e o acesso a algumas atrações, bem como a contemplação de pinturas rupestres se tornam um pouco mais cansativos, porém totalmente executáveis.

Conclui-se, portanto, que o Parna da Serra da Capivara pode ser visitado o ano inteiro, dependendo das condições que você prefere encontrar. Calor é inevitável, chuva e composição da paisagem são opcionais.

Como chegar

De ônibus, São Raimundo Nonato, cidade base para conhecer o Parna, é alcançável em 6h de viagem desde Petrolina-PE, por R$ 69 em ônibus interestaduais operados pela Gontijo (0800-728-0044) que saem da Rodoviária todos os dias às 14h30. São 304km em condições precárias de rodagem, com muita areia, paus, pedras e bodes cruzando a pista.

Já de Teresina-PI até São Raimundo Nonato-PI são 502 km, trecho operado por duas empresas que partem todos os dias do Terminal Rodoviário de Teresina: Transpiauí, às  14:30h – fone (86) 3218-1761; e Princesa do Sul às  14:30h e 20:30h  – fone (86) 3218-1761. A passagem custa em média R$49 e a viagem dura cerca de 7h, porém passa por estradas 100% asfaltadas e em ótimo estado de conservação.

O pulo do gato, entretanto, é o seguinte: alugar um carro em Petrolina e fazer sua viagem a partir de lá. A principal razão é não haver agências de turismo ou de locação de veículos em São Raimundo Nonato, cidade base do Parque. Como lá a contratação de guias é obrigatória e a entrada é controlada, quem que quiser conhecer todo o Parque, precisará, necessariamente, estar de carro e nele circular com o guia. O acréscimo que os guias cobram para te levarem no carro deles é de cerca de R$150 , valor compatível ao aluguel com seguro de um carro 1.0 com ar na maioria das locadoras em Petrolina. Se estiver com a CNH em dia, aventure-se. Petrolina também possui inúmeros atrativos que podem completar sua viagem se tiver mais alguns dias disponíveis, como eu fiz quando estive por lá e relatei neste post especial. Outra alternativa é procurar um guia que te leve de motocicleta (geralmente cobram o combustível do dia).

Basta atravessar a ponte para Juazeiro-BA e seguir pela BR-235 por Santana do Sobrado, Casa Nova, pegar a BR-324 em Remanso sentido Dirceu Arcoverde. O pior trecho ficava entre essas duas últimas,  onde enfrentava-se 40km de estrada de chão com muita poeira, bodes, burros, buracos e pedras, sem qualquer ponto de apoio. Nesse mesmo trecho, na ida ajudei um motoqueiro à passeio que havia empurrado por 15km e estava esgotado, sem água e comida. Na volta, fui abordado na estrada por um vendedor que estava há três horas com a picape quebrada, também sem provisões. Ambos passaram um bom perrengue por arriscarem-se sem estar preparados numa área pouco movimentada. Eu tinha, pude ajudá-los e segui tranquilo.

Indiquei por vários anos fazer essa viagem de carro pela capital pernambucana apenas para quem era mais aventureiro, porque era longa, boa parte da estrada ruim e com poucos pontos de apoio no caminho.  Agora, com o trecho totalmente asfaltado, novinho, não tem mais desculpa! Os trechos em boas condições também lhe proporcionarão a companhia ilustre do Rio São Francisco, cujas qualidades e atrativos eu listei e enumerei aqui.

Nota atualizada em 20/01/2020: o Aeroporto Internacional Serra da Capivara segue fechado, infelizmente sem previsão de reabertura. Nosso ilustre visitante Thiago confirmou as informações: vale a pena tocar os 300 km da cidade de São Raimundo Nonato-PI para Petrolina e vice-versa, agora com asfalto novo em folha, sendo mais perto do que Teresina-PI até a cidade de São Raimundo Nonato-PI, já que entre a capital do Piauí e São Raimundo são 520 km de distância.

Onde Ficar

Localizado no centro da cidade de São Raimundo Nonato, o Real Hotel onde fiquei possui recepção 24 horas e café da manhã gratuito. Para sua comodidade, o Wi-Fi gratuito está disponível em todas as áreas. Os quartos estão decorados em tons de cores claras e incluem TV, ar-condicionado, frigobar, além de uma pequena área para refeições. O banheiro privativo conta com box amplo. Caso esteja lotado, o Hotel Bela Vista tem conforto e preços similares, porém está um pouco menos conservado. O teto mais em conta na cidade atualmente é o Hostel Ecorupestre. Essas são as opções com custo-benefício razoável. Não há luxo na região.

O único camping da cidade é o bem estruturado Pedra Furada, localizado no Sítio do Mocó, bem próximo à entrada do Parque. O local é muito bem administrado pela simpaticíssima Dona Ceiça, que tive o prazer de conhecer quando passei por lá. A estrutura consiste em três banheiros, pias, tanques, refeitório com mesas, cadeiras, fogão e geladeira à disposição, um pequeno redário, área de camping limpa, agradável e com bastante sombra por R$30,00 à diária (preço atualizado em maio de 2018). Serve-se diariamente um farto café da manhã regional por R$8 e prato-feito por R$12. Dica: Dona Ceiça construiu quatro quartos simples, cuja diária gira em torno de R$45 com café da manhã, totalmente negociáveis.  Contato: (15) 89 981115194; (15) 89 3582299; conpatch@yahoo.com.br. No local não há wifi, mas pega sinal H+ da Operadora Vivo, graças a antena recentemente instalada próxima ao Parque.

O que fazer

Este documentário com 40 minutos de duração, aborda diferentes aspectos do Parque Nacional da Serra da Capivara, com destaque especial para o rico acervo de pinturas rupestres. Ao longo do filme, personagens reais contam a história da criação do Parque e falam sobre os impactos econômicos e sociais na região após sua implementação. O filme descreve ainda o percurso da arqueóloga Niéde Guidon e de pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) no desenvolvimento de trabalhos científicos de ponta e de ações sociais que dinamizam e contribuem para o desenvolvimento da comunidade local. Assisti-lo é o primeiro passo da jornada. O segundo, é escolher quem lhe guiará por lá.

Após intensa pesquisa, optamos pelo guia Waltércio Torres (89-98131-5923 / 89-99405-4607 ; e-mail walguia@hotmail.com) e isso contribuiu para que nossa viagem atingisse outro patamar. Biólogo culto, sério e dedicado, com um talento nato para ensinar sobre as atrações, pinturas, história, plantas e animais do parque. Sentimos que o cara nasceu para isso, é apaixonado pela região e gosta muito de seu ofício, exercendo-o de uma forma tão incrível que eu lhe serei eternamente grato por tudo que nos ensinou naqueles dias.

O Parque Nacional da Serra da Capivara é pleno de atrações e bem eclético em suas modalidades. Trilhas complicadas, leves, longas e curtas, sendo a maioria acessível porém algumas podem ser bastante desafiadoras, mesmo para os mais experientes. Devido ao altíssimo valor histórico das pinturas rupestres, não é permitida a entrada no parque sem guia, os quais cobram a partir de R$120,00 para levar um grupo até 8 pessoas (atualizado em julho/2018). Por isso, recomendo fortemente um guia de boa qualidade. O Waltércio montou os roteiros de acordo com nossa disposição e interesse, conversando bastante por whatsapp nos dias anteriores à trip e nos guiou por uma semana por toda a região, sempre com muita segurança e dedicação, nos dando aulas incríveis sobre os povos antigos, a fauna e flora da caatinga e até de gastronomia do sertão.

O parque hoje tem abertos quatorze circuitos de trilhas, que contam com várias opções para acessar os sítios arqueológicos e lugares de interesse natural, podendo ser visitados em cerca de seis dias para quem está acostumado a caminhar. Seja qual for a sua disponibilidade, não saia de lá sem conhecer o filé: o Sítio do Boqueirão da Pedra Furada – onde foram feitas as primeiras escavações e datações sobre o homem pré-histórico brasileiro. A maioria dos guias, sites e documentários focam nele.

Recomendo fortemente, entretanto, que você explore mais. Há tesouros incríveis escondidos na caatinga, especialmente quanto à fauna diversificada ali abrigada. Dos animais citados na introdução, é muito fácil avistar o mocó (roedor das caatingas que se esconde em frestas de pedras, dando origem à expressão “mocozado”), macacos guaribas, pregos (frequentemente observados usando instrumentos de pedra para quebrar frutos) saguis, araras e muitas, muitas andorinhas. Na minha vez, dei sorte de topar com um veado catingueiro bem de perto.

Para saber mais sobre todo os circuito de trilhas, atrativos, horários de visitação e taxa de ingresso atualizadas, visite o site oficial. Convém mencionar o fato de existirem dezessete sítios arqueológicos preparados para a visitação de pessoas com dificuldades de locomoção, nos núcleos do Baixão da Pedra Furada, Jurubeba e Baixão do Perna.  Excursões especiais para grupos de cadeirantes são frequentes e este é um dos diferenciais do projeto do parque.

Note que o Parna é formado por um conjunto de quatro Serras – Serra da Capivara, Serra Branca, Serra Talhada e Serra Vermelha – que apresentam diversos ambientes e paisagens onde se pode contemplar os monumentos geológicos, a fauna e a flora únicas da caatinga, portante é extremamente recomendável passar pelo menos uma semana por lá. Não tem toda a grana? Espere um pouco mais, junte e vá. Fazer um passeio meia-boca ali é jogar fora a oportunidade de uma experiência muito intensa e prazerosa.

Além dos núcleos acessíveis já mencionados, quem tem disposição pode visitar ainda o Desfiladeiro da Capivara, o Baixão da Vaca e a Toca do Paraguaio, bem como os circuitos do Veredão, Chapada, Jurubeba, Baixão do Perna, Andorinhas e Serra Branca. Caminhamos por todos eles num total de sete dias e garanto: são completamente diferentes entre si. Há diversas tradições de pinturas, feitas com milênios de diferença de idade, com simbologias e técnicas próprias. A paisagem também muda bastante, especialmente pelos formatos inusitados das lindíssimas formações geológicas da região, como o Baixão das Andorinhas – o desfiladeiro incrível da foto no início do post –  onde assisti num fim de tarde ao espetáculo da volta das agitadíssimas andorinhas para seus ninhos. Inesquecível.

Outra grande atração do Parque é o artesanato em cerâmica produzido no local, que já é reconhecido mundialmente. Todos os anos, milhares de produtos em cerâmica de altíssima qualidade com motivos inspirados  nas pinturas rupestres são exportados para países como Itália, Espanha e Estados Unidos. No Brasil, a Cerâmica da Serra da Capivara faz bastante sucesso em lojas importantes como a Tok&Stok, Etna e supermercados da rede Pão de Açúcar. Ao visitar o Parque, você poderá aprender como os mais de quarenta artesãos locais fazem seu trabalho e comprar as peças com preços mais em conta que nas lojas citadas, podendo levá-las para casa ou pedir sua expedição pelos Correios.

Há ainda o  Museu do Homem Americano, que tem estrutura e acervo singulares, que demonstram a importância do patrimônio cultural deixado pelos povos pré-históricos, ajudando o turista a entender o significado e a grandiosidade do tesouro cultural protegido pelo Parque. O museu funciona de terça a domingo, das 9:00 às 17:00 horas e a entrada custa R$20,00 (inteira).

A atração fez tanto sucesso, que ganhou um irmão ainda maior e mais interessante, que foi inaugurado em 19/12/2018: o Museu da Natureza. Instalado numa área anexa de 18 mil m², o museu foi construído sob um projeto inovador, cuja construção em formato de espiral reproduz o formato de folhas, conchas e outras estruturas orgânicas, numa metáfora para “início e evolução”, como define a arquiteta Elizabete Buco, que assina o projeto idealizado com o que há de mais moderno em tecnologia sustentável. O museu de história natural, genuinamente brasileiro, é didático e interativo, com foco na apresentação das espécies que já habitaram a região, recriando fauna e flora que podem ser vistos desde réplicas em tamanho natural a uma simulação de voo livre sobre a Serra da Capivara. Imperdível! Funciona de quarta a segunda, das 9:00 às 17:00 horas e custa R$ 30,00 (inteira).

Finalmente, uma atração mais recente é  Ópera da Serra da Capivara – uma das expressões artísticas mais interessantes do Brasil e que ocorre no anfiteatro da Pedra Furada, coração do Parna da Serra da Capivara. O espetáculo, que  une  música orquestrada, dança, teatro, imagem, luz e cor num cenário deslumbrante, ocorre todos os meses de julho, nessa época em que as noites trazem um friozinho mais ameno, perfeito para a contemplação. Uma experiência difícil de esquecer!  Em 2018, ocorrerá  nos dias 27, 28 e 29/7, com diversas atrações culturais, que agora também ocorrerão durante o dia, tanto no Parque quanto no centro da cidade. Programe-se.

Onde comer

A região tem uma gastronomia muito interessante para quem gosta de experimentar, mas conta também com pratos triviais. Coxinha, pizza e tapioca são as opções rápidas e econômicas encontradas em abundância em São Raimundo Nonato, assim como o cuzcuz de milho, muito apreciado no café da manhã, e o suco de cajú, um refrescante perfeito para o horário mais quente do dia. A carne bovina é encontrada com facilidade e a preços bastante razoáveis, porém os cortes clássicos não são respeitados e não se pode esperar nada muito requintado – e isso vale para todas as churrascarias da Avenida João Dias . Ao contrário, bode e carneiro são as carnes culturalmente mais consumidas, estas sim, feitas com competência. Não deixe de experimentar qualquer prato com macaxeira – sempre muito saborosa.

Para economizar, coma nos PFs de carne assada de boi/carneiro com feijão tropeiro e salada, na Churrascaria Donizete (R$12). Se seu negócio é butecagem, o estabelecimento da vez é o Time – onde a macaxeira vem derretendo, a carne de sol feita na manteiga é sempre deliciosa e a cerveja estupidamente gelada. É o estabelecimento mais descolado de SRN, atraindo gente jovem e fechando mais tarde que a maioria. Tem boas opções de conveniências também, muito úteis para turistas com pouco tempo disponível na região. O Caldeirão do Chapolim também faz sucesso com seu carneiro ao molho de manjericão e redução de mel, certamente a opção mais “gourmet” da região. Ao contrário do famoso Trilha da Capivara,  no povoado Sítio do Mocó, que serve caseiríssimas galinhada e carne de sol, acompanhados de pirão de galinha, tropeiro, macaxeira frita, assada, cozida… e um redário.

Mas o grande tesouro da cidade é um restaurante simplesinho, um pouco afastado do centro, chamado Bode Assado do Tanga. Peça o “meio bode”, que serve duas pessoas: arroz, feijão, macaxeira, farofa, vinagrete e tapioca (beiju) por R$35 (não aceita cartão). Dica: peça para experimentar a costelinha de bode, que o Sr. Luis trás uma porçãozinha bacana de lambuja. Tudo delicioso.

Quanto ao bode… amigos, a carne é muito saudável em função de sua composição nutricional e baixo teor de gordura. O sabor é mais acentuado que o bovino, mas quando bem feito o bode surpreende os paladares mais arredios. Pessoalmente, acho uma carne com mais personalidade que o carneiro, apesar do sabor residual um pouco acentuado. Se você é fã de caprinos, vai se deliciar. Se ainda não é, este é a oportunidade de sua vida para descobrir essa iguaria do sertão nordestino.

Apesar de a região não ser conhecida pela qualidade dos cafés, merece o destaque de “melhor café da viagem”, a única bebida realmente boa que tomei na cidade: o cafezinho coado da Time. Na ocasião, usavam a marca “Chapada Diamantina”, com uma torra clarinha que deixava transparecer o sabor frutado. Leia mais sobre os novos cafés baianos aqui.

Dicas Gerais

As recomendações mais importantes se relacionam com o clima: repelente, um bom protetor solar e/ou camisas UV, chapéu/boné e o seu recipiente preferido para carregar (bastante) água são fundamentais para caminhar com conforto nos meses mais quentes e secos. Faz algum frio à noite nos meses de inverno, portanto leve agasalho, principalmente se ficar no camping. Se for mais sensível, um protetor labial também é recomendado.

Ao contratar seu guia, peça a ele para montar roteiros completos, que unam paisagens interessantes à pinturas rupestres de escolas diferentes e deixe claro qual seu propósito: às vezes vale a pena trocar um almoço por um lanche rápido para ver a maior quantidade de atrações possível e economizar na diária do guia.  O Museu do Homem Americano e a fábrica de cerâmica você pode visitar sozinho num dia separado, sendo desnecessário o acompanhamento profissional nesse caso.

Um dos grandes temas discutidos mundialmente é o povoamento do continente americano: há quanto tempo teriam chegado os primeiros habitantes e de onde eles vieram? Os sítios arqueológicos do Parque Nacional Serra da Capivara abrigam descobertas muito importantes para se conhecer a pré-história brasileira, como pinturas rupestres com 20 mil anos de idade e carvão de fogueiras encontradas nas camadas arqueológicas que remontam há 50 mil anos.

Segundo a UNESCO, essa é a datação mais antiga para uma fogueira feita por seres humanos em todo o continente americano! Esses dados entram em choque com clássica Teoria Clóvis, que defendia que os primeiros grupos humanos teriam chegado ao continente pelo Estreito de Bering ao final da Era Glacial – fato acontecido dezenas de milhares de anos depois dessa fogueira ter se apagado (baixe grátis o livro Sítios Arqueológicos Brasileiros para saber mais). Viver essa experiência ancestral enquanto caminha numa paisagem surreal é o grande barato dessa viagem. Permita-se imaginar, refletir e curtir essa aventura pela pré-história do nosso país.

A viagem fica ainda mais intensa e interessante se você incluir no seu roteiro as cidades de Petrolina, Juazeiro, Casa Nova e Sobradinho, com suas vinícolas, restaurantes, balneários, praias de água doce e passeios de barco, além de algumas surpresas escondidas no caminho, ainda não mapeadas na internet. Saiba tudo sobre esses destinos e como fazer uma viagem unindo os dois mundos aqui.

Na região, visite também o Parque Nacional da Serra das Confusões, localizado no Município de Caracol-PI, atração que merecerá um post só dela em breve.

Fico à disposição na caixa de comentários, inclusive para tirar dúvidas e ajudar nos roteiros. Sou apaixonado pela região e divulgá-la para mim é um grande prazer.

Grande abraço!

Leia mais:

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46 comentários em “Guia completo para visitar a Serra da Capivara – PI”

    1. Eu passei a virada do ano lá e achei que foi boa escolha. Choveu alguns dias no fim da tarde, deixava tudo verdinho, amenizava o calor. Estava tudo aberto. Recomendo pegar um guia legal para aproveitar ao maximo

      1. Grato pela visita e relato, Homero. A comunidade também agradece! É uma satisfação saber que muitos escolhem também o verão para visitar a Serra da Capivara. Sem dúvida, deve ser outra experiência!

  1. Olá pretendo conhecer a Serra da Capivara em julho com o meu marido. Estava olhando as dicas e gostaria de saber se mudou algo ou ainda são atuais todas as informações, visto quea última postagem é de janeiro de 2021.
    Gostaria de saber também sobre o guia, a indicação é boa mesmo?
    Até o momento achei o blog muito interessante!

    1. Olá Ana Lucia, agradeço a visita e o comentário.
      Creio que a maior parte das informações ainda está atualizada, sendo que as últimas grandes novidades foram a abertura do Museu da Natureza, o retorno da Ópera da Capivara e o asfaltamento da estrada para quem vem de Petrolina. E quanto ao guia, sem dúvida, o Waltércio (89-98131-5923 no whasatpp; @walguia no insta) é show. Indiquei para vários amigos, todos gostaram, além do bom retorno que tive nos comentários aqui no blog. Converse com ele que ele te ajuda a formatar a exploração de acordo com o seu perfil e encaixar no seu orçamento. Ao contrário de outros destinos, este é um que considero fundamental contratar um guia que conheça o assunto. Encare como investimento no seu intelecto, que agregará, inclusive, mais prazer na sua visita e na sua vida. Depois, se possível, retorne para comentar como foi e o que achou da indicação. Até!

  2. Tudo bom? Pesquisando pela Internet, para quem viaja sozinho e sem carro – não sei dirigir – praticamente a visita fica impossível. Alguém tem alguma dica do que posso fazer para visitar a Serra da capivara? Obrigado, Marcus.

    1. Marcus, seja bem-vindo ao blog. Reforço a mesma dica que dei para outros visitantes recentes: como você estará sozinho, o ideal é se juntar a algum grupo pois sempre tem alguém de carro. Ou pode tentar conseguir um guia que tenha carro ou uma moto e te faça um preço que atenda. Dê uma ligada na Associação de Condutores no (89) 9 9403-7742 / 89 98129-6385/89 99924-3820 ou mande um e-mail pra eles no acovesc_capivara@yahoo.com.br que certamente encontrará alguém que te ofereça uma solução do tamanho do seu bolso. Baixe aqui a relação dos guias credenciados e faça contato. Grato pela visita e boa viagem!

  3. Mochileiros, a serra da capivara é um destino obrigatório desse nosso brasilsão. não deixem de ir e contratem o waltercio porque o cabra é bom demais. esse blog é demais, me ajudou muito na viagem. e confirmo que a estrada de petrolina pra lá agora está um tapete, só faltando sinalizar alguns trechos mas pelo que li na internet nao se compara de como estava antes.

  4. Olá Mochileiro! Sou Waltércio Torres, Guia de Turismo da Serra da Capivara. Gostaria de agradecer pelos comentários a respeito do meu trabalho por aqui. Já estou há 27 anos nessa estrada que considero muito prazerosa. Através do seu comentário já recebi e atendi vários clientes.
    Gostaria de reforçar que continuamos na ativa e aguardando as reservas porque acho que todo o mundo deveria conhecer esse Patrimônio Mundial que temos aqui.
    Vou passar a frequentar mais esse site e ir atualizando informações a cerca das visitas à nossa região, se me permite.

    Grato e vamos nos falando!

    Abraço.

    Waltércio Torres

    1. Olá Waltércio! Eu que te agradeço, amigo. Aprendi muito contigo e é um prazer muito grande compartilhar com os leitores do blog teu contato e as informações que gentilmente nos passou quando estivemos por aí.
      Fique a vontade para frequentar o site, corrigir e atualizar as informações sempre que entender necessário. Se quiser publicar qualquer coisa, não deixe de nos avisar. Grande abraço e mais uma vez, obrigado.

  5. Boa tarde. Parabéns pela postagem! Estive Las em janeiro e trecho São Raimundo/ Petrolina via Remanso encontra-se totalmente asfaltado. Parece que foi inaugurado há alguns meses.

  6. Prezado Mochileiro. Muito legal e elucidativo o seu trabalho a respeito do PNSC. Deu para ter uma ideia importante daquilo que encontraremos por lá. Parabéns! Minha pergunta seria quanto ao grau de dificuldade das principais trilhas e passeios, tendo em vista na minha idade (62) temos sempre que analisar e levar em conta todas as condicionantes antes de se aventurar a algo que deixará de ser prazeroso ou impraticável. Sei que a resistência à fadiga depende de cada pessoa e do seu respectivo preparo físico, mas eu agradeceria se você pudesse dar algumas dicas para passeios otimizados com foco naquilo que, na sua opinião, seria imperdível de ver em 2/3 dias, levando em consideração o desgaste físico decorrente. Grato. Abs

    1. Ola Affonso, agradeço a visita e os comentários. Vamos lá!
      O circuito do Desfiladeiro da Capivara pode ser acessado tranquilamente com qualquer carro (acesso pela BR-020) e tem sítios arqueológicos alcançáveis em curtíssimas caminhadas, quase todos próximos à estrada de terra do circuito, que também tem como atrativo extra os macacos-prego e os famosos mocós. Ali você conhecerá as tocas do Pajaú, da Entrada do Pajaú, Inferno e do Barro, onde ficam algumas das mais antigas e conservadas pinturas do parque. Se tiver algum fôlego ainda, seu guia te levará à Toca da Entrada do Baixão da Vaca, Toca do Deitado, Tocas do Fundo do Baixão da Vaca, Toca da Saída e a Toca do Neguinho Só, numa segunda etapa do passeio, podendo retornar quando achar que deve, pois alterna-se bastante entre carro e curtas caminhadas nessa região do parque. Outro circuito incrível é o da da Serra Branca, que fica a 33 km de estrada de chão em boas condições, com linda paisagem e todas as trilhas bem acessíveis. Só a Toca do Pinga Boi já vale o passeio, mas há muito mais o que ver por ali. Os guias costumam complementar a Serra Branca com o Baixão das Andorinhas, no circuito da Serra Vermelha, que tem uma vista magnífica e é acontece o retorno das aves para suas tocas no pôr-do-sol, um espetáculo que vai ficar na sua mente para sempre e é bastante acessível. Ainda para quem não tem tanta disposição, é possível conhecer os museus, o Baixão da Pedra Furada e a fábrica de cerâmica – todos passeios muito bacanas. Vários desses atrativos são adaptados, estão muito bem conservados e podem ser utilizados inclusive por cadeirantes. Se eu pudesse te dar uma dica, seria conversar com o seu guia e pedir que monte roteiros com alternativas, para que possam decidir juntos, durante o passeio, qual a melhor opção. Leve água, algum lanche leve e não se preocupe pois a região não é inóspita se você estiver em companhia de um guia local. A boa notícia é que a maioria dos circuitos são de apenas meio-dia e são alternados com almoço, o que proporciona um bom descanso e permite adaptar o roteiro. Desejo que faça uma ótima viagem e se puder volte para contar pra gente como foi. A região é fantástica e visitá-la é uma experiência única. Grande abraço!

      1. Muito obrigado pelas dicas amigo Mochileiro. Como historiador, entendi perfeitamente qual é o espírito da proposta. Conheço algo sobre as teorias de ocupação do continente americano e ir ao PNSC para incorporar o espírito de Niède Guidon é um sonho. Vejo que contratar um bom guia para montar percursos dentro das possibilidades e tempo disponível são fundamentais. Suas sugestões foram ótimas e muito elucidativas, já foram impressas e serão levadas no bolso da calça para não esquecer nada. São dicas importantes para quem dispõe de apenas 3 dias e quer otimizar a visita e sair feliz e realizado do Parque. Muito obrigado e parabéns pelo Site. Sucesso! Abs

  7. Super Dicas! Pretendo ir agora em junho/2019..e tenho milhares de dúvidas, principalmente sobre essa contratação do veículo e guia. . já vou ligar para esses contatos e já tentar deixar tudo esquematizado. Prometo compartilhar aqui a experiência.

    1. Valeu, Adriana! Faça uma ótima viagem e curta bastante os passeios. Caso fique com alguma dúvida ou precise de ajuda, fique a vontade para perguntar. Não deixe de voltar e contar pra gente como foi, inclusive sobre o Museu da Natureza, que foi recém-inaugurado e ainda não tivemos relatos da experiência. Grato pela visita!

      1. Pessoal, agora tem mais hotéis no booking em São Raimundo Nonato. Infelizmente o aeroporto ainda não está funcionando, mas a cidade parece estar crescendo um pouquinho com base no turismo do parque. Pretendia ir pela capital mas adorei a idéia de ir por petrolina, que eu ainda nao conheço. Vou fazer assime conto depois como foi.

  8. Boa tarde e parabéns pelo seu post, ficou ótimo e inspirador !

    Tenho uma duvida : lendo outros posts de viajantes escrevem que para entrar no parque tem que pagar, mas no site oficial diz que… ” a entrada é gratuita para visitantes” ? http://www.fumdham.org.br/visite/

    Então ? Você pagou para visitar ?

    Obrigado.

    1. Ernesto, seja bem-vindo. Agradeço a visita, o comentário e o elogio! Fico contente em poder ajudar. Quanto ao ingresso do parque, quando visitei não me foi cobrado ingresso para adentrar as trilhas, apenas para o museu. Se quiser tirar a dúvida, entre em contato com eles pelos telefones (89) 3582-1700 ou (89) 3582-1612 ou pelo e-mail fumdham@fumdham.org.br. São bastante solícitos e certamente vão tirar todas as suas dúvidas. Boa viagem!

    1. Olá Chico! Que ótimo saber disso, pois esse é realmente o objetivo do blog. Desejo que façam uma viagem incrível e curtam muito tudo por lá! Grande abraço!

  9. Oi boa noite…estou planejando visitar esse Parque por uma semana….conforme vc disse …são quatro serras e fazer um passeio meia boca, fica ruim…mas vc tem uma base de quanto sairá isso por alto… pq não alugarei carro pq nao sei dirigi rs..la tem passeios para essas serras, os sítios arqueológicos são de fácil acesso, existe passeio turístico por eles…adorei seu site qto a descrição…sou fascinado em viajar,pois irei sozinho e nao tenho grilo em ficar em barraca…seria minha primeiria vez….sempre fiquei em hostel…mas nao achei nada la através do booking…acabei selecionando um hotel…irei desenbolsar em 4 dias 385…mas irei rever isso, depois que vi seu blog…vou optar em ficar numa barraca, já que minha irma tem quatro barracas, irei pegar emprestado e fazer assim, dai economizo na hospedagem e comida, pq ano ligo em comer em restaurante….um pf ja me basta… curto viajar pro interior assim…uma mochila, pouca roupa e muita disposição….sou militar jornalista e historiador, dai meu interesse em conhecer esse parque tombado pela Unesco. Agradecerei a resposta.

    1. Olá Diego, como vai? Primeiramente, muito grato pela visita e pelos comentários. Quanto à sua pergunta, atualmente os guias estão cobrando por volta de R$100 a diária para os grupos (os mais qualificados, como o Waltércio por exemplo, cobram R$120, R$130). Como você estará sozinho, o ideal é se juntar a algum grupo pois sempre tem alguém sem carro. Ou pode tentar conseguir um guia que tenha carro e te faça um preço legal. Dê uma ligada na Associação de Condutores no (89) 9 9403-7742 / 89 98129-6385/89 99924-3820 ou mande um e-mail pra eles no acovesc_capivara@yahoo.com.br . Vou disponibilizar para você a relação atualizada com todos os Guias e Condutores do Parque Nacional da Serra da Capivara com seus respectivos nomes, telefones e qualificações. Acho que vai facilitar um pouco sua pesquisa. E não deixe de ir, pois como eu é historiador e certamente vai adorar conhecer tudo por lá. Um baita aprendizado, além de muita diversão.

      1. Olá! Seu post foi muito esclarecedor, estou pensando em conhecer PN serra da capivara, porém sózinha e sem carro, pois não terei coragem de enfrentar estrada por lá só. Esse e-mail deve estar inativo, mandei, mas não foi. Minha dúvida é em questão de valores, como contratar guia, se é possível um com carro. Por dia qual seria o valor mais ou menos? Pra uma pessoa não conhecedora do assunto, quais sítios e quantos dias pra conhecer o que tem de mais belo, agregando pinturas e natureza. Se puder me ajudar, agradeço.

        1. Olá Norma, agradeço a visita e o comentário. Muitos guias têm carro ou conhecem quem tem, não sendo problema viajar para lá sem veículo. Um carro simples é suficiente, não é necessário 4×4, variando a diária de 100 a 150 reais dependendo do número de dia e disponibilidade. Se você entrar em contato com os guias com antecedência, certamente vai conseguir se programar e um bom preço pelo veículo. O Waltércio Torres, que citei no post, é um dos que trabalha dessa forma. Um alternativa, se não quiser enfrentar vindo de Petrolina, é voar até Teresina. A estrada vindo de lá está ótima, novinha e bem sinalizada. Qualquer dúvida ou outra coisa que precisar, basta dizer. Boa viagem!

    1. Bom saber, Luiz. A região é linda, rica e instigante, mas está um pouco longe dos grandes centros e precisa muito de visitantes. Espero que faça boa viagem! Grato pela visita e pelo comentário!

    1. Olá Talita, agradeço a visita e os comentários. Na época, fiz apenas um bate-e-volta para lá, a partir de São Raimundo Nonato. Mas foi tão intenso que eu vou contar num post separado. Até o fim do mês vou postar esse relato, além de Parnaíba e Luís Correia no litoral, fechando a série sobre o Piauí. Caso possa te ajudar de alguma forma, pode perguntar por aqui mesmo. 🙂

  10. Olha, pretendo ir em junho para PN Serra da Capivara e estou começando a pesquisar a respeito. E veja, topei com seu site. Adorei as informações …Muito completo, muito detalhado. Muito obrigada

    1. Olá Fumiko, seja bem-vinda. Agradeço a visita e o elogio. Espero que os textos tenham te inspirado e que você faça uma excelente viagem. A Serra da Capivara é única no mundo e merece ser mais visitada pelos brasileiros. Fique a vontade para tirar qualquer dúvida e se puder, volte aqui para contar pra gente como foi. Aproveite!

    1. Incrível, Vaneza! Agradeço a visita e os comentários. É exatamente esse o objetivo do blog: estimular e ajudar. 🙂
      Depois volta aqui pra contar como foi. Boa viagem!

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