Um dia, um rapaz encontrou um jovem crocodilo a tentar atravessar a lagoa para entrar no mar. Estava muito fraco. O rapaz teve pena dele e levou-o nos seus braços até ao mar.
O crocodilo ficou-lhe muito grato e prometeu que se lembraria para sempre da sua bondade. Disse ao rapaz que se alguma vez quisesse viajar que deveria chegar-se à beira do mar e chamar por ele, que o ajudaria.
Algum tempo depois, o rapaz lembrou-se da promessa do crocodilo. Foi à beira do mar e chamou o crocodilo três vezes. O crocodilo disse ao rapaz que se sentasse nas suas costas e durante anos viajaram.
Embora o crocodilo e o rapaz fossem amigos, o crocodilo continuava a ser um crocodilo e sentiu uma vontade irresistível de comer o rapaz. Mas isto incomodava-o e decidiu pedir conselhos a outros animais. Perguntou à baleia, ao tigre, ao búfalo e a muitos outros animais, todos lhe disseram “O rapaz foi bom para ti, não o podes comer.” Acabou por ir visitar o macaco sábio. Depois de ouvir a história, o macaco praguejou e desapareceu.
O crocodilo sentiu-se envergonhado e decidiu não comer o rapaz. Em vez disso levou o rapaz nas suas costas, e juntos viajaram até o crocodilo ser velho. O crocodilo sentiu que nunca poderia retribuir a bondade do rapaz e disse-lhe, “Em breve morrerei e formarei uma terra para ti e para todos os teus descendentes”.
O crocodilo transformou-se na ilha de Timor que ainda hoje tem a forma de um crocodilo. O rapaz teve muitos descendentes que herdaram as suas qualidades de bondade, amizade e sentido de justiça. Hoje, o povo de Timor chama “Avô” ao crocodilo, e quando atravessam um rio gritam sempre, “Crocodilo, sou teu neto – não me comas!”
Sensacional, não? Poucos sabem, mas amanhã – 28 de novembro – é o data em que se comemora o aniversário da Proclamação da Independência do Timor Leste, o único país de língua oficial portuguesa na Ásia, que é por diversos aspectos um país irmão do povo brasileiro.
<!–[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 <![endif]–><!–[if gte mso 9]> <![endif]–> Em sua história recente, Timor Leste viu australianos, holandeses, japoneses, portugueses e indonésios lutando pela posse de suas terras. Porém, desde 2002 sua independência foi restaurada e finalmente suas belezas naturais podem ser visitadas por turistas do mundo todo. Que tal?
Díli é a capital de Timor-Leste, repleto de características arquitetônicas portuguesas e berço da cênica praia de Areia Branca, que abriga a famosa (e linda) Ilha de Ataúru. Completam o cenário as belas Manatutu, Baukau, Kom e Lautein, facilmente localizadas em fotoblogs internet afora, freqüentemente cenários de cartão postal. Tão belas quanto, as interioranas Maubisi, Hatubuiliko, Ramelau, Tatamailau e Loelaco também são famosas pelos profundos vales e montanhas vistosas. O Monte Matebian, cujo cume é o mais alto de Timor-Leste, pode ser atingido por trilha a partir de Hatubuiliko, muito procurada pelas belas florestas que a circundam, conquistada em cerca de duas horas de subida. Se quiser andar mais, um trekking de seis pesadas horas levam a Montanha de Loelaco, também famosa pela beleza.
Observação de aves e cetáceos (incluindo espécies endêmicas de golfinhos e baleias), bem como um imenso recife de corais virgens, tornam Timor Leste um dos melhores lugares do mundo para atividades subaquáticas. Vários videos no Youtube (como este) atestam a qualidade da brincadeira.
Se você se interessa por história, o Prof. Maurício Waldman, maior expoente brasileiro na luta pela libertação de Timor Leste, disponibiliza em seu site ótimas leituras relacionadas. Um bom começo é “TIMOR LESTE A LUTA CONTINUA!”, artigo datado de 1993, que pode ser acessado aqui. Em “BRAVA GENTE DE TIMOR – A SAGA DO POVO MAUBERE”, livro escrito quatro anos depois em co-autoria com Carlos Serrano e com prefácio de Noam Chomsky, há relatos fantásticos do povo sofrido e lutador que habita um dos países mais bonitos da Ásia. Por fim, para quem gosta do assunto, “GEOGRAFIA DO TIMOR LESTE”, datado de 2003, é o primeiro texto de geografia escrito no Brasil sobre o Timor Leste, cujo acesso foi disponibilizado neste link.
Em 2001, Lucélia Santos dirigiu um documentário sobre a história recente daquelas bandas, cujo DVD pode ser facilmente encontrado em locadoras, digamos, mais técnicas. À venda em grandes sites como Submarino e Americanas.com, pode ser um bom começo para pesquisa e planejamento de viagem. Confesso que apesar da história terrível por trás daquele país, as paisagens maravilhosas e o povo apaixonado dão muita vontade de conhecê-lo. Sinopse aqui e site oficial aqui, porém atualmente fora do ar.
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Visitem também o site do governo, o site local de turismo (inclusive com dicas importantes para visitação e fonte do conto que abriu o post) e o verbete relacionado na Wikipedia. E boa viagem!