Conhecer a Ilha de Páscoa, para mim, foi realizar uma série de sonhos, todos de uma vez: minha primeira incursão no Oceano Pacífico, meu primeiro voo sobre o mar, minha primeira viagem de 4×4 e… minha primeira caminhada a um vulcão. Sim, um vulcão!
Descoberta curiosa para a maioria dos brasileiros, um vulcão é uma estrutura geológica que surge a partir da emissão de magma, gases e partículas quentes do interior da Terra para a superfície terrestre. Como sabemos, quando em atividade libera um grande volume de cinzas e gases na atmosfera, além da eventual – e lindamente perigosa – lava, tornando seu entorno um lugar “especial” para se viver.
Os vulcões ativos têm sua origem em decorrência dos movimentos de placas litosféricas, podendo entrar em atividade a qualquer momento. Alguns, como os famosos vulcões havaianos, liberam vapor de vez em quando e fazem a festa dos fotógrafos. O mais famoso por lá, Kilauea, expele lava desde que eu nasci. E já faz um tempinho.
Felizmente, um dia eles dormem, tornam-se inativos. Alguns viram paisagem de janela, como o El Misti no Peru, muitos tornam-se parque de esportes radicais e outros tantos se revelam ótimos pontos de mergulho. Nada, entretanto, bate a sensação de se conhecer um vulcão a três mil quilômetros de qualquer outra coisa, no meio do Oceano Pacífico, rodeado de pedras gigantes construídas por civilizações antigas e envolto numa paisagem de tirar o fôlego. Com a devida licença dos moais, esse bonitão aí da foto chama-se Rano Kau e para mim é a verdadeira cereja do bolo da Ilha de Páscoa.
E chegar lá é fácil, fácil. Como se vê no mapa abaixo, feito pela galera do (ótimo) Andarilhos, numa caminhada de menos de 4 km desde Hanga Roa (o centrinho da ilha) você atinge o cume do vulcão e tem exatamente a mesma visão da foto aí em cima. De carro ou bike, segue-se pelo caminho vermelho. À pé, pelo amarelo.
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Recomendo vivamente que se opte pela caminhada, que de tão cênica, por si só já vale o passeio. A única recomendação é levar uma capa de chuva (como em qualquer outra parte da ilha) e óculos de sol (como em qualquer outra parte da ilha). Adverte-se, ainda, que lá em cima venta bastante, o que demanda cuidado ao caminhar pela borda e talvez algum agasalho caso pretenda ficar por lá até o pôr-do-sol (como em qualquer… enfim, vocês já entenderam).
Lá de cima a paisagem é linda e muda bastante da ida para a volta. Como a trilha é íngreme e a ansiedade é grande, você praticamente não olha para trás na subida e só na volta percebe quão fantástica é a vista lá de cima. Campos floridos, um tapetão verde, o soberano Pacífico ao redor, algumas montanhas ao fundo e lá longe as casinhas de Hanga Roa. Não dá vontade de voltar.
O Rano Kau, cujo nome significa “vulcão extenso” em rapa nui, é um dos três grandes vulcões que deram origem à Ilha de Páscoa. Geólogos e historiadores mais modernos acreditam que a formação a 324 metros sobre o nível do mar tem mais de 2 milhões de anos.
Algo mais a se aprender é que nada na Ilha de Páscoa é comum! A abertura lateral que se vê nas fotos foi causada pela força dos ventos que vêm do Pacífico, somada às ondas que batem violentamente do lado externo. E tão impressionante quanto o paredão é a lagoa com 250 metros de profundidade localizada no interior da cratera: com mais de 1,5 km de diâmetro, a lagoa é coberta de juncos e totoras (as mesmas da famosa Ilha de Uros, do Lago Titicaca) que lha dão um aspecto bastante peculiar. Uma dica bacana aqui é visitar o vulcão com o tempo bem aberto. Quanto maior a incidência solar na cratera, mais bonito é o reflexo na água e na vegetação, tornando a vista lá de cima única e inesquecível.
Mas tem muito mais. Como se pode ver no mapa acima, bem ao lado do vulcão (que fica na extremidade sudoeste) fica Orongo, uma antiga vila cerimonial onde aconteciam os famosos rituais do Homem Pássaro. O local , que é um dos mais interessantes da ilha, está bem preservado e conta com museu, banheiros, mapas e guias informativos.
Mas perae, Orongo? Rano Kau? Hanga Roa? Rapa Nui ? O que é tudo isso? E os moais, caramba?
Este é apenas o primeiro de vários posts sobre a fantástica Ilha de Páscoa. A ideia é disponibilizar a vocês um guia completasso com todas as atrações da ilha, dicas para chegar, comer, caminhar, descansar, apreciar e sonhar…
Leia também:
– O Guia Definitivo da Ilha de Páscoa para Mochileiros
Post muito legal, cara! E obrigado por citar a gente! 🙂
Haha, sou fã de vocês há tempos. 🙂
Show, hein, Raulzito!! Quero muito ir pra lá!
Hehe, espere pra ver os próximos posts. Assim que der tempo eu coloco no ar!