Ilha de Páscoa para Mochileiros – O Guia Definitivo

Atualizado em 25/06/2019

Um dos destinos mais misteriosos do mundo, a Isla de Pascua (“Rapa Nui” para os nativos) é uma ilha polinésica localizada na porção sul do Oceano Pacífico,  a cerca de 3 700 km de distância da costa oeste do Chile.

Antes de tudo, cabe esclarecer o termo geográfico “Polinésia”, que abrange um conjunto de ilhas de 298.000 km2 localizadas entre os trópicos. Hawai e Samoa (atualmente sob domínio dos EUA), Tokelau (Nova Zelândia), Marquesas, Tuamotu, Tubuai e Taiti (francesas, daí o termo “polinésia francesa”) são as mais conhecidas, sendo a Ilha de Páscoa (Chile) a porção de terra mais ao leste.

Suas particularidades politicas, culturais e geológicas a tornam única em vários sentidos. Talvez sua característica mais marcante seja o formato triangular, que surgiu a partir de três vulcões atualmente adormecidos que emergiram do mar em épocas bastante distintas. O mais antigo, ao sul, chama-se Poike e entrou em erupção há cerca de 3 milhões de anos. A “estrela” chama-se Rano Kau, tem 2 milhões de anos de idade e fica no canto oeste da ilha, consistindo uma de suas principais – e mais belas –  atrações vide post específico). Já o caçula, de apenas 200.000 anos bem vividos, chama-se  Terevaka e  fica no lado norte da ilha, sendo atualmente (2013) o único fechado à visitação Todo o triângulo ocupa 170 km², com 510 metros de altitude, sem grandes aclives ou declives, o que torna a ilha facilmente explorável. E por falar nisso, por “facilmente explorável” entenda-se a ilha toda, já que o clima subtropical garante temperaturas agradáveis o ano todo, especialmente em janeiro e fevereiro, cuja média é de 28 °C. No inverno, a mínima julina raramente cai abaixo de 13 °C.

Dos seus quase quatro mil habitantes, cerca de três mil vivem no centro urbano: Hanga Roa. Lá ficam o aeroporto local (Mataveri) , quase todos os hotéis e pousadas, boa parte dos restaurantes e praticamente todos serviços, que incluem Correios, agências de turismo e mergulho, locadoras de veículos, farmácias e mercados. Ao redor, uma infinidade de atrações: estradas off road, a cênica e pacífica praia de Anakena, trilhas de variados níveis de dificuldade, diversas cavernas, centenas de sítios arqueológicos e o Parque Nacional Rapa Nui, onde ficam a aldeia cerimonial de Orongo, um simpático museu e  Rano Raraku – a famosa fábrica de moais.

E por falar neles, vamos ao que interessa!

Investigar essas belas e fascinantes figuras é uma das atividades mais incríveis a que já me propus, ainda que o tenha feito com pouca diligência. Aprendi muito nas conversas com os nativos, no documentário que assisti no voo de ida pela Latam (procure por ele no sistema multimídia das poltronas ou no app de bordo) e nos inúmeros sites sobre o assunto disponíveis na internet . Se quiser saber um pouco mais sobre esses carinhas misteriosos, confira um material bacanudo com links para pesquisa amealhados na época em que preparava a viagem.

Tão interessante quanto os monumentos, é a história dos bravos navegadores do oeste do Pacífico que cruzaram mais de três mil quilômetros pacífico adentro, por volta do ano 1000, para estabelecer uma essa civilização tão intrigante. Os rapa nui construíram em seu auge mais de oitocentas dessas gigantescas estátuas de pedra vulcânica, algumas com mais de 10 metros de altura e pesando até 80 toneladas, cuja história é contada e reverenciada pelos nativos com muito orgulho. A técnica empregada em sua construção, além de suas funções religiosas/esotéricas, foram intensamente debatidos por muito tempo e até hoje geram acaloradas discussões, ainda que boa parte de sua mística já tenha sido debelada por estudiosos famosos como o cientista Carl Sagan, o engenheiro/arqueólogo Pavel Pavel e o biólogo Jared Diamond.

Descoberta no domingo de Páscoa de 1722 e posteriormente anexada pelo Chile, a Ilha de Páscoa é provavelmente um dos destinos mais interessantes do ponto de vista histórico e cultural daquele país, um dos mais famosos da América e um dos mais estudados de todo o mundo. Mas não é só: as paisagens são incríveis, a água tem cor e visibilidade fenomenais, o clima é ameno na maior parte do ano e o povo é tão amistoso que mesmo estando no ponto mais isolado do planeta você se sente em casa

COMO CHEGAR

A Ilha de Páscoa não é um destino popular no Brasil. Em 2017 ainda não há voos diretos para ilha, o que demanda uma parada estratégica em Santiago no Chile ou Lima no Peru. Como a viagem é longa e normalmente dispendiosa, muitos alongam o trajeto até a Polinésia Francesa, já que para este destino a conexão na Ilha é obrigatória. A partir de São Paulo o trajeto mais curto é pela capital chilena, voando Latam por cerca de quatro horas. De lá para a Ilha de Páscoa sai um voo diário que leva cerca de cinco horas e quarenta minutos para aterrizar, com horários de saída que normalmente variam entre 04h30, 09h15 e eventualmente às 19h15. No meu caso, dei sorte com uma promoção da companhia aérea em junho de 2013, que levou uma penca de brasileiros para lá pela pechincha de 400 dólares (que na época estava 2×1) sendo que normalmente ambos os trajetos, ida e volta, custam pelo menos o dobro.

Se você nunca voou sobre a cordilheira dos Andes, minha maior dica aqui é: sente-se na janela do lado direito no voo de ida e do lado esquerdo na volta. O visual é incrível, principalmente se você nunca viu montanhas nevadas. Outra recomendação para a primeira perna da trip é levar uma caneta junto à sua bagagem de mão para preencher formulário de imigração ainda no voo, quando este for distribuído pela tripulação. Se você deixar para preencher no desembarque, não haverá canetas nos balcões e você perderá um bom tempo tentando encontrar uma. Não se esqueça também de que não é permitido entrar com qualquer alimento não industrializado no Chile. Caso você desrespeite essa regra,  estará sujeito a uma bela multa de recordação.

Já no trecho SAN-PAS, a dica é sentar-se novamente do lado direito do avião. De lá, a vista do Ranu Kau é magnífica e quando o avião faz a volta pode-se fotografar a ilha toda. E finalmente, ao deixar o avião, não deixe de comprar o ingresso para visitar o Parque Nacional Rapa Nui no balcão do aeroporto, ANTES de passar pelo desembarque. Sem o ingresso, você não conseguirá entrar no parque e os pontos de venda na ilha nem sempre estão funcionando. Custava US$ 50,00 em 2013, um tanto salgado para os padrões brasileiros, mas acredite: vale cada centavo.

DESLOCAMENTO

A ilha é relativamente pequena, o que permite ao mochileiro conhecer boa parte de suas atrações à pé, de moto ou bicicleta. Para quem curte a bike, a maioria das trilhas são estradas de chão e há bastante vento, motivo pelo qual recomendo levar na mochila um bom abrigo impermeável, protetor solar de fator alto, bastante água e um bom mapa, facilmente conseguido nas pousadas e lojas de Hanga Roa. À pé, qualquer um percorre tranquilamente todo o centro, caminha até o Ranu Kau e pode conhecer os moais do Tahai. Para as demais atrações, a caminhada exige bem mais fôlego, como se pode ver no mapa a seguir:

As duas principais estradas que cortam a ilha estão em boas condições de circulação, o que facilita também o deslocamento por veículos motorizados. Táxis cobram cerca de 15mil pesos de Hanga Roa para a praia de Anakena, por exemplo, o que dá no total 18km de distância. Como eu tinha bastante tempo – fiquei uma semana na ilha- tirei um dia para curtir o sol na praia, usando táxi na ida e voltando à pé, começando a caminhada logo depois do almoço. Levei cerca de 7 horas, caminhando com bastante calma, tirando muitas fotos e parando para um lanche rápido no caminho.

A estrada central é plana e ideal para quem curte uma vibe mais contemplativa, possibilitando ao mochileiro solitário meditar e sentir toda a energia diferente daquele lugar. Entretanto, aqui valem os mesmos cuidados para quem vai de bike, com uma recomendação extra por conta de distância: não há pontos de água no caminho, portanto, vá preparado. E nunca é demais lembrar: o índice UV da ilha é altíssimo e pode chover a qualquer hora, tornando filtro solar e capa de chuva dois itens “interessantes”. Caso contrário, você vai topar com coisas bizarras como o monumento da foto abaixo e achar que está delirando por conta da insolação…

Boa alternativa para os menos dispostos é utilizar os serviços de vans dos hotéis, as lotações que saem da rua principal de Hanga Roa ou mesmo alugar um carro, provavelmente o único serviço local relativamente barato. Eu aluguei um ótimo Suzuki Jimmy 4×4,  ano 2010, limpo e em ótimas condições de uso, por 35.000 pesos chilenos por dia, o que pode ser considerado uma verdadeira pechincha! Há diversas locadoras na ilha, mas optei por pegar um carro com a proprietária da pousada onde fiquei (Sra. Johanna Hey Araki, veja mais dados abaixo) que tinha carros mais novos e horários mais flexíveis. Observação importante: obviamente, não há seguro nem serviço de resgate na ilha, portanto, todo cuidado é pouco nas estradas vicinais, sobretudo naquelas sinalizadas como exclusivas para veículos 4×4. Se você não tem experiência de direção em estradas pedregosas ou enlameadas, evite “exceder-se”, digamos assim.

Há relatos na internet recomendando o aluguel nas locadoras Oceanic e Insular, teoricamente por cerca de 30.000 pesos. Seguindo as recomendações fiz uma visita às lojas e desisti: a maioria dos carros são Jimny antigos ou utilitários de marcas asiáticas desconhecidas, pouco confiáveis. Descobri também que o preço de 30.000 pesos só é oferecido para aluguel de mais de três dias consecutivos e as regras são bastante burocráticas quanto a quem pode dirigir, horários e penalidades. Achei uma opção conservadora demais e me dei bem com os carros da Johanna. Questão de perfil.

ONDE COMER e BEBER

Aqui começam os “poréns”. Com já dito, a ilha é o ponto mais isolado do mundo e isso tem um preço, refletido principalmente na gastronomia. A oferta de pescados em Páscoa é vasta e seus preços não menos impressionantes. Um bom filé de atum grelhado e um ceviche bem feitos são fáceis de encontrar, mas podem custar até 20.000 pesos (por volta de 100 reais, no câmbio oficial). Geralmente são oferecidos junto a excelentes vinhos brancos chilenos ou uma generosa dose de Pisco Sauer, os quais também não custarão menos de 3.000 pesos.

Ao mochileiro que bravamente chegou até aqui sem gastar muito, não há muita alternativa senão utilizar o cartão de crédito (pagando IOF de 6% – atenção) ou viver de empanadas. Na rua central de Hanga Roa experimentei diversas, sempre ótimas, com preços que variavam de 2.000 a 4.000 pesos. Bem servidas e deliciosas, são uma ótima opção para quem não pode gastar muito, mas não abre mão de comer uma iguaria local. Há ainda a opção de fazer compras nos mercadinhos locais para cozinhar na pousada ou ainda, para os mais preparados, fazer as compras em Santiago e trazer consigo na mala, sempre respeitando a regra de não viajar com alimentos in natura.

Dos que visitei, recomendo vivamente o risoto ao funghi e o pisco sauer do La Kaleta, que além de ter um atendimento nota dez, possui provavelmente a melhor vista panorâmica do pacífico em Rapa Nui. Um pouco mais em conta, porém igualmente delicioso é o ceviche do Kanahau, mas peça para vir sem o ovo por cima, tradição da casa que foge ao prato típico. Outra bela opção para comer pescados é o Makona, que tem um atendimento confuso mas esforçado e é provavelmente o melhor-custo benefício da ilha. Os caras têm uns molhos deliciosos e muito criativos para acompanhar o peixe que por si só já valem a visita. E quanto às empanadas, a melhor que provei foi servida no Club Sandwich, que além de usar ingredientes frescos e requintados também tem um excelente café da manhã, com sucos ótimos e boa oferta de lanches. Uma opção mais barata é a hamburgueria que fica numa viela na mesma rua principal, um pouco mais à frente, em direção ao museu. Ali você encontrar hot dogs com molho guaca-mole, hamburguesas  tradicionais e empanadas à preços menores que nos restaurantes grandes, porém num ambiente bastante simples e serviço mediano.  Outro local com empanadas por um bom preço é o Tia Berta, que as faz fritas em vez de assadas.

A vida noturna não é das mais agitadas, mas há alguns barzinhos mais animados aos fins de semana, uma danceteria frequentada basicamente pelos locais e boa oferta de restaurantes, alguns com apresentações de danças típicas e rituais, como o umu pae, que além da música e dança, conta com uma iguaria composta de carnes diversas e legumes cozidos dentro da terra, sobre pedras vulcânicas quentes e cobertas com folhas de bananeira, mais ou menos como no curanto boliviano. É um luxo bastante caro, mas oferece uma experiência única de imersão numa cultura que só existe naquele lugar.

ONDE FICAR

O grande barato de viajar mochilando é mergulhar na cultura local. E para a experiência ser completa, nada melhor do que ficar na casa de um nativo. O Residencial Vaianny foi minha casa durante uma semana na ilha e tudo por lá foi perfeito. O preço está na média da ilha (55.000 pesos chilenos pela diária, com desayuno continental – café da manhã padrão com leite, sucos, pães, manteiga e biscoitos ou dez mil pesos a menos, caso opte por tomar café fora ou comprar sua comida nalgum mercado local) as habitaciones são muito limpas, silenciosas e simpáticas, apesar de sua simplicidade, com ótima ducha e wi-fi razoável. Há ainda cozinha equipada à disposição – que usei algumas vezes durante a estadia – e um bonito jardim de inverno para papear com os locais. Aqui o atendimento é certamente um diferencial: a proprietária Johanna é muito simpática, solícita e eficiente. O traslado ida-e-volta do aeroporto faz parte do pacote, bem como uma simpática recepção já no saguão – com colar hawaiano incluído. Recomendo vivamente.

Caso você prefira mais agito, o hostel  Akapu é também uma ótima opção. Filiado a Hostelling International, também inclui traslado, wi-fi, estacionamento 24 horas,  um café da manhã de respeito, lavanderia à parte, ampla área comum para confraternização e serviço de agendamento de guias. Apesar de a Johanna do Vaianny também ajudar na contratação de guias, no Kona Tau consegui uma galera para rachar as despesas para os passeios e aluguel do carro. Lá conheci o guia Marco Antonio (aka Kako), marido da brasileira Michele Souza, residente da ilha. É o único guia local que fala português, conhece o Brasil e sabe do que o mochileiro daqui precisa e mais gosta. Recomendo que o contrate pelo menos por um dia, para aprender sobre a cultura, a história e os costumes do local. Rodar por Rapa Nui com ele é uma experiência totalmente diferente, agregando muito valor às caminhadas e com boas dicas de onde fotografar, por onde caminhar com mais segurança e quais os melhores locais e horários para fotografar. No mesmo nível, o Hauromi tem feito sucesso entre mochileiros.

A opção mais econômica, no entanto, é o Camping Mihi Noa, que conforme notícias recentes, já pode ser reservado no booking.com neste link. Conheci um pessoal que ficou por lá e adorou. Os caras alugam barraca, colchonete e saco de dormir de qualidade, que pelo que me disseram aguentaram bem as chuvas que caíram em alguns poucos dias à noite. No camping há tomadas coletivas na recepção, cobradas à parte junto com o wi-fi por 5.000 pesos por toda a estadia.

COMPRAS

O mercado de artesanias vende esculturas de arte rapa nui entalhadas em madeira, esculpidas em pedra vulcânica, colares feitos de conchas e corais, reproduções de moais e vários trabalhos em tecido, riquíssimos em cores e bom gosto. Realmente vale a pena visitar, sobretudo pela variedade. Entretanto, os preços são mais salgados do que na lojinha do aeroporto. Prefira pagar em dinheiro, pedindo descontos. Há um ATM (caixa-eletrônico) do Santander em Hanga Roa, que permite aos cartões brasileiros com o logo “PLUS” na parte de trás sacarem em pesos chilenos. Lembre-se de liberar o cartão de débito junto com o cartão de crédito antes de sair do Brasil, caso contrário, mesmo que opte pela função “débito” no ATM, terá uma bela surpresa quando a fatura chegar. Há, ainda, pontos de venda de artesanato junto às atrações turísticas mais populares, além de um pequeno mercado junto a entrada de Ranu Raraku, com preços absolutamente proibitivos. Fique esperto, também, com as miniaturas de moais: os mais interessantes são aqueles entalhados com pedras vulcânicas, que são mais parecidos com os originais e podem ser reconhecidos pelo peso (bem mais leves que as réplicas industrializadas feitas com outras rochas). São mais frágeis, entretanto, portante cuide para embalá-los bem antes da viagem. Afie o portuñol: hecho a mano“, “vulcánica!“.

QUANDO IR

A Ilha de Páscoa raramente apresenta temperaturas que fogem dos 14 aos 28 °C, com a variação natural das estações do ano parecida com o que ocorre no Brasil. Abril e maio, entretanto, são os meses mais chuvosos, mas a chuva é frequente o ano todo, porém quase sempre de curta duração.

Se gosta de agito, viaje no verão, entre janeiro e março, ocasião em que deve-se reservar a estadia com antecedência por conta do festival Tapati Rapa Nui, cuja data deve ser checada com antecedência. O inverno é a época mais tranquila, especialmente quando atinge as temperaturas mais baixas, o que ocorre precisamente no mês de julho.

DICAS GERAIS

A água da ilha, em geral, é potável, captada das chuvas, porém sem tratamento. Àqueles com a saúde mais sensível, recomenda-se evitar ingeri-la em grandes quantidades, sobretudo pela alta salinização. Esse alerta é bastante frequente nos guias de viagem, porém eu não tive qualquer problema, tampouco notei alguma alteração de sabor. Vale a dica: a água é o item de mercado mais caro em Rapa Nui. Considere consumir cerveja ou vinho, incrivelmente mais baratos. E por falar nisso, nunca é demais lembrar: em todo o Chile é proibido consumir bebidas alcoólicas em locais públicos e isso inclui ruas, parques, praças, praias e monumentos históricos.

O idioma oficial é o espanhol, mas boa parte dos nativos fala o idioma original e isso é um grande barato. Com uma semana apenas na ilha eu já aprendi dezenas de palavras na sonora língua rapa nui e aconselho a todos que façam o mesmo. Os nativos adoram vê-lo arranhando seu idioma maluco e não raro ajudam na pronúncia e significado.

Dólares são aceitos, mas numa cotação menos interessante que os pesos chilenos. Reais não são aceitos no comércio, que também nem sempre trabalha com cartões de crédito. O ATM também nem sempre funciona, então recomenda-se que tire dinheiro em espécie nos caixas de Santiago ou traga dólares do Brasil e troque-os em Santiago, evitando pagar os famigerados 6% de IOF cobrados pelas transações bancárias de brasileiros no exterior.

Para telefonar a cobrar para o Brasil basta ligar para 800-360-220 (Entel) ou 800-800-272 (Telefônica) e solicitar seja completada a ligação. Ligações comuns de telefones fixos utilizam o formato 00 + 55 + código da cidade no Brasil (sem o zero) + número do telefone. Se ligar de celular (sim, em Hanga Roa e proximidades há sinal de celular, não tão bom e frequentemente fora do ar, mas existe) use o código 00 + 55 + código da cidade no Brasil (sem o zero) + número do telefone.

No mais, para entrar no Chile é necessário visto ou vacina obrigatória, bastando portar seu passaporte ou RG atualizado e em bom estado de conservação.  Ao ingressar no país, você preenche um formulário em duas vias (tarjeta de turismo) identificando-se como turista e informando os dados de sua viagem. Uma via é da PDI (Policía de Investigaciones) e a outra fica com você, para ser devolvida à PDI quando você deixar o país.

No entanto, desde este ano de 2019,  turistas só podem permanecer da Ilha por no máximo 30 dias e todos devem preencher um Formulário Único de Ingresso (FUI) a ser apresentado no embarque e ao entrar na ilha, além do seu documento pessoal, passagem de retornoreserva comprovada de hospedagem em local cadastrado no Serviço Nacional de Turismo (SERNATUR). Tais regras hoje são necessárias devido ao crescimento de aventureiros que chegam para turismo mas acabam permanecendo, complicando o controle dos serviços básicos da remota ilha. Mais detalhes na página específica do governo chileno.

Leia também:

–  Tudo que você precisa saber sobre os Moais

– Uma semana em Rapa Nui

– O incrível vulcão Rano Kau da Ilha de Páscoa

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9 comentários em “Ilha de Páscoa para Mochileiros – O Guia Definitivo”

  1. Bom dia Raul,

    tentei contactar o Hostal Vaianny por e-mail e não consegui. Você fez sua reserva pelo Hostelworld? Sabe se é tranquilo?

    1. Olá Júlia, como vai?
      Eu os contactei pelo formulário do site mesmo e a partir daí me comuniquei pelo e-mail com a proprietária Joanna no
      residencialvaianny@gmail.com . Aparentemente está funcional, já que está ativo no Plus ( https://goo.gl/Fps2dE ) .
      Quanto ao Hostelworld, na época não utilizei, mas já reservei hostels por lá em outros países e até hoje não tive problemas. Funciona exatamente como o Booking.com e me parece bastante seguro. Boa sorte e ótima viagem!

  2. Raul, boa noite.
    Gostaria de saber se você tem o contato do guia Kako ou sabe como fazer para encontrá-lo e contratar os serviços (acho que sua sugestão é bastante pertinente!). Obrigada aguardo.

    1. Fala Nathalia! Infelizmente, eu perdi. Tinha o camarada no facebook, mas ele saiu. Não cheguei a trocar emails com ele, então também não tenho, infelizmente. Mas tenho certeza que você conseguirá achá-lo por lá: basta perguntar em qualquer hostel (no que eu menciono no post ele aparece bastante) pelo guia Marco Antonio, conhecido como Kako, marido da Michele Souza (brasileira). A ilha é bem pequena, não tem erro.

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