Dicas para o Mochileiro em Ushuaia

Atualizado em 28/04/2017

Visitar o fim do mundo sem gastar muito é uma tarefa complicada, mas não impossível. Como falei no relatei no post anterior – Mochilão, Neve e Natureza em Ushuaia, comprei minha passagem pela Aerolineas Argentinas porque era a única que oferecia Ushuaia na opção “múltiplos destinos”. Esta é a primeira dica: se você não pretende visitar Buenos Aires nessa viagem, compre os trechos São Paulo – Buenos Aires – Ushuaia nesse formato, pois sairá bem mais barato do que comprar os trechos separados. Tentei também Avianca, Tam e Gol, mas em qualquer opção ficava bem mais caro. Se você optar por ir na baixa temporada (abril/maio ou setembro/outubro) também pode se arriscar e comprar apenas o trecho que vai para a capital. Deixar para comprar a passagem para o fim do mundo por lá pode sair mais barato. Na alta, nem pensar.

E por falar em temporada, mesmo que seja primavera ou outono no hemisfério sul, como a cidade é a mais austral do mundo, a neve é garantida, especialmente nos locais mais altos como os cerros. Portanto, prepare-se para eventuais atrasos por conta de mau tempo. Também por conta do clima, vale a dica: Ushuaia reúne lagos, montanhas, cachoeiras, picos, florestas, geleiras, rios e ainda por cima está localizada numa baía. Atividades não faltarão, portanto, vale a pena pesquisar bem o que se quer fazer para chegar já com um itinerário na cabeça.

Parque Nacional Tierra del Fuego 4

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Ilha de Páscoa para Mochileiros – O Guia Definitivo

Atualizado em 25/06/2019

Um dos destinos mais misteriosos do mundo, a Isla de Pascua (“Rapa Nui” para os nativos) é uma ilha polinésica localizada na porção sul do Oceano Pacífico,  a cerca de 3 700 km de distância da costa oeste do Chile.

Antes de tudo, cabe esclarecer o termo geográfico “Polinésia”, que abrange um conjunto de ilhas de 298.000 km2 localizadas entre os trópicos. Hawai e Samoa (atualmente sob domínio dos EUA), Tokelau (Nova Zelândia), Marquesas, Tuamotu, Tubuai e Taiti (francesas, daí o termo “polinésia francesa”) são as mais conhecidas, sendo a Ilha de Páscoa (Chile) a porção de terra mais ao leste.

Suas particularidades politicas, culturais e geológicas a tornam única em vários sentidos. Talvez sua característica mais marcante seja o formato triangular, que surgiu a partir de três vulcões atualmente adormecidos que emergiram do mar em épocas bastante distintas. O mais antigo, ao sul, chama-se Poike e entrou em erupção há cerca de 3 milhões de anos. A “estrela” chama-se Rano Kau, tem 2 milhões de anos de idade e fica no canto oeste da ilha, consistindo uma de suas principais – e mais belas –  atrações vide post específico). Já o caçula, de apenas 200.000 anos bem vividos, chama-se  Terevaka e  fica no lado norte da ilha, sendo atualmente (2013) o único fechado à visitação Todo o triângulo ocupa 170 km², com 510 metros de altitude, sem grandes aclives ou declives, o que torna a ilha facilmente explorável. E por falar nisso, por “facilmente explorável” entenda-se a ilha toda, já que o clima subtropical garante temperaturas agradáveis o ano todo, especialmente em janeiro e fevereiro, cuja média é de 28 °C. No inverno, a mínima julina raramente cai abaixo de 13 °C.

Dos seus quase quatro mil habitantes, cerca de três mil vivem no centro urbano: Hanga Roa. Lá ficam o aeroporto local (Mataveri) , quase todos os hotéis e pousadas, boa parte dos restaurantes e praticamente todos serviços, que incluem Correios, agências de turismo e mergulho, locadoras de veículos, farmácias e mercados. Ao redor, uma infinidade de atrações: estradas off road, a cênica e pacífica praia de Anakena, trilhas de variados níveis de dificuldade, diversas cavernas, centenas de sítios arqueológicos e o Parque Nacional Rapa Nui, onde ficam a aldeia cerimonial de Orongo, um simpático museu e  Rano Raraku – a famosa fábrica de moais.

E por falar neles, vamos ao que interessa!

Investigar essas belas e fascinantes figuras é uma das atividades mais incríveis a que já me propus, ainda que o tenha feito com pouca diligência. Aprendi muito nas conversas com os nativos, no documentário que assisti no voo de ida pela Latam (procure por ele no sistema multimídia das poltronas ou no app de bordo) e nos inúmeros sites sobre o assunto disponíveis na internet . Se quiser saber um pouco mais sobre esses carinhas misteriosos, confira um material bacanudo com links para pesquisa amealhados na época em que preparava a viagem.

Tão interessante quanto os monumentos, é a história dos bravos navegadores do oeste do Pacífico que cruzaram mais de três mil quilômetros pacífico adentro, por volta do ano 1000, para estabelecer uma essa civilização tão intrigante. Os rapa nui construíram em seu auge mais de oitocentas dessas gigantescas estátuas de pedra vulcânica, algumas com mais de 10 metros de altura e pesando até 80 toneladas, cuja história é contada e reverenciada pelos nativos com muito orgulho. A técnica empregada em sua construção, além de suas funções religiosas/esotéricas, foram intensamente debatidos por muito tempo e até hoje geram acaloradas discussões, ainda que boa parte de sua mística já tenha sido debelada por estudiosos famosos como o cientista Carl Sagan, o engenheiro/arqueólogo Pavel Pavel e o biólogo Jared Diamond.

Descoberta no domingo de Páscoa de 1722 e posteriormente anexada pelo Chile, a Ilha de Páscoa é provavelmente um dos destinos mais interessantes do ponto de vista histórico e cultural daquele país, um dos mais famosos da América e um dos mais estudados de todo o mundo. Mas não é só: as paisagens são incríveis, a água tem cor e visibilidade fenomenais, o clima é ameno na maior parte do ano e o povo é tão amistoso que mesmo estando no ponto mais isolado do planeta você se sente em casa

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O incrível vulcão Rano Kau da Ilha de Páscoa

Conhecer a Ilha de Páscoa, para mim, foi realizar uma série de sonhos, todos de uma vez: minha primeira incursão no Oceano Pacífico, meu primeiro voo sobre o mar, minha primeira viagem de 4×4 e… minha primeira caminhada a um vulcão.  Sim, um vulcão!

Descoberta curiosa para a maioria dos brasileiros, um vulcão é uma estrutura geológica que surge a partir da emissão de magma, gases e partículas quentes do interior da Terra para a superfície terrestre. Como sabemos, quando em atividade libera um grande volume de cinzas e gases na atmosfera, além da eventual – e lindamente perigosa – lava, tornando seu entorno um lugar “especial” para se viver.

Os vulcões ativos têm sua origem em decorrência dos movimentos de placas litosféricas, podendo entrar em atividade a qualquer momento. Alguns, como os famosos vulcões havaianos, liberam vapor de vez em quando e fazem a festa dos fotógrafos. O mais famoso por lá, Kilauea, expele lava desde que eu nasci. E já faz um tempinho.

Felizmente, um dia eles dormem, tornam-se inativos. Alguns viram paisagem de janela, como o El Misti no Peru, muitos tornam-se parque de esportes radicais e outros tantos se revelam ótimos pontos de mergulho. Nada, entretanto, bate a sensação de se conhecer um vulcão a três mil quilômetros de qualquer outra coisa, no meio do Oceano Pacífico, rodeado de pedras gigantes construídas por civilizações antigas e envolto numa paisagem de tirar o fôlego. Com a devida licença dos moais, esse bonitão aí da foto chama-se Rano Kau e para mim é a verdadeira cereja do bolo da Ilha de Páscoa.

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Reveillon Mineiro, Dia 06: Santuário e Parque Natural do Caraça

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A Serra do Caraça é uma das mais bonitas e imponentes de Minas Gerais e só o seu visual já é motivo suficiente para visitar o Santuário.

Que acha então de poder caminhar em trilhas, visitar cachoeiras, conhecer cavernas, ver ao vivo um animal fascinante como o lobo guará, conhecer um prédio histórico que já foi cenário de livro, dormir em quartos simples e isolados do mundo, sem acesso a celulares, internet ou televisão e de quebra comer uma boa comida caseira? Foi exatamente isso que fomos conferir, apesar de termos apenas um único dia disponível.

O bate-e-volta de Ouro Preto não só é possível, como altamente recomendável. São apenas 76km de distância, percorridos em cerca de duas horas e de cara só a vista que se tem da estrada já compensa a jornada. Primeiro, pelo visual estonteante dos contrafortes ao longe, à esquerda da rodovia. Segundo, pela desolação da paisagem logo que se deixa Mariana para trás: o cenário devastado das minas – Alegria, Timbopeba, A quente e Fazendão – da Vale é impressionante! Nesse trecho, especialmente, vale muita atenção com os caminhões pesados.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural – Santuário do Caraça fica entre as cidades de sIMG_4904Catas Altas e Santa Bárbara, ao sul do paredão da Serra do Espinhaço, no chamado Quadrilátero Ferrífero e faz parte do circuito da Estrada RealO único acesso à RPPN é feito por Santa Bárbara, percorrendo-se os 09 Km da Rodovia do Caraça. No caminho há placas para os distritos de Brumal, Sumidouro e Santana do Morro, que numa viagem mais longa também merecem uma exploradinha. Já dentro do Santuário, da Portaria até a sede são mais 11 km de estrada asfaltada. Não tivemos qualquer problema no caminho e de quebra ainda pegamos uma manhã espetacular, de céu azul e sol intenso. 

Como o Santuário abre às 08:00, para aproveitar bem o dia o ideal é sair de Ouro Preto por volta de 6h, mas devido ao cansaço da viagem acabamos nos atrasando um pouco e chegamos ao Santuário apenas às das 10h45. De cara, nossa impressão foi a melhor possível: sIMG_4897fundado em 1774 como pouso de peregrinos cristãos, o local que já foi colégio de seminaristas e escola de ensino médio, tem uma atmosfera mágica, daquelas de ter parado no tempo. Pleno de cultura, há referências sobre sua curiosa história em todos os corredores do local onde hoje funciona a pousada, no museu, na bela Igreja, nas catacumbas onde estão enterradas figuras ilustres de sua história (foto ao lado) e até mesmo entre as árvores do morro em frente à sede, onde há uma representação da via crucis. Sua importância é indiscutível: Caraça recebeu a visita dos dois Imperadores, formou estadistas de renome e foi palco do famoso incêncio narrado no livro O Ateneu, de Raul Pompéia.

As trilhas também são um espetáculo à parte dada sua riqueza e variabilidade. Um misto de cerrado e mata atlântica embeleza o caminho de cachoeiras, cavernas e montanhas num sem número de caminhadas, da quais você pode ter uma boa amostra nos blogs aqui, aqui e aqui.  No bate-e-volta que fizemos pudemos conhecer a estrutura da sede, comer um almoço caseiro e bem saboroso e fazer a Trilha da Cascatinha, que apesar de ter apenas 2km, nos deu uma bela noção do que encontrar no Santuário na próxima visita. Só ali são quatro cachoeiras e quatro piscinas naturais. Um paraíso nos dias quentes. 

Aparentemente o local tem uma ótima estrutura, apesar dos horários reduzidos para as refeições. Os preços são bastante razoáveis e há lazer para todos os gostos, exceto aos que não pretendem se desgrudar da tecnologia (celular, internet e televisão não fazem parte do roteiro, felizmente!). No site oficial tem todas as informações de que você precisa, mas o planejamento deve ser feito com alguma antecedência se a data escolhida for um feriadão, pois o local é muito procurado e não comporta bastante gente, o que provavelmente contribuiu para o excelente estado de conservação do local e permite curiosidades como a “visita” do lobo guará.

Vale ressaltar também que visitamos o santuário no dia 31/12/2012, reveillon, mas apesar de o lugar estar na capacidade máxima tudo estava MUITO tranquilo. Pegamos alguma fila para entrar no refeitório, mas não tivemos problema para conseguir uma mesa ou nos servir. E mesmo na atração mais concorrida e de fácil acesso – a Cascatinha – não havia crowd. Repito: paraíso.

E foi isso. Exautos, fizemos a viagem de volta muito rapidamente (cerca de 1,5h) tomamos um bom banho e fomos curtir a noite de reveillon de Ouro Preto que… simplesmente não existia. Só ficamos sabendo ali, mas por problemas de orçamento a prefeitura não preparou qualquer festa, deixando a cidade sem shows ou queima de fogos oficial. Mesmo assim, a cidade se reuniu na Praça da Liberdade para conferir os fogos e estourar o champagne. Foi uma festa bem bastante tímida, mas como esse não era nem de longe nosso objetivo na viagem, nem ligamos. Antes da uma da manhã há estávamos na cama descansando para pegar a estrada para Belo Horizonte no dia seguinte.

Ainda sobre Ouro Preto, uma última dica que pode ser útil caso você passe por ali nessa época: nessa noite de reveillon comemos no Restaurante & Choperia da Direita, que fica próximo à Praça Tiradentes (Rua Direita, 75 – (31) 3551-6844 ramal 223) um dos poucos restaurantes abertos que não operavam com pacotes de ceia e pré-reserva. Os preços foram até razoáveis pelos pratos requintados do cardápio, mas na pressa os garçons não foram muito atenciosos e o resultado não foi tão legal (carnes fora do ponto, molhos não tão bem temperados). No entanto, o ambiente bacana, a ótima localização, a boa música ambiente (jazz) e o chopp bem tirado compensaram a visita.

Toca pra Belo Horizonte!

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Reveillon Mineiro, Dia 04: Ouro Preto

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Provavelmente esse seria o dia mais desafiador da viagem no quesito “tempo”. Como conhecer uma cidade tão grande, rica e variada com apenas um dia inteiro para apreciá-la? A ideia era fazer da forma mais calma possível, sem stress e correria, porém conhecendo o maior número de atrações.

Dado o traçado tortuoso com ruas apertadas e acidentadas, repletas de impiedosas ladeiras, a melhor e mais tranquila forma de conhecer a cidade, sobretudo o centro histórico, é mesmo a pé. Contratamos um guia na Praça Tiradentes – cobra-se cerca de 60 reais mais o almoço do guia por um dia inteiro de passeio – e partirmos para uma caminhada em meio a uma verdadeira overdose de informações, paisagens, contos e causos sobre a Inconfidência, a época da mineração e o estilo de vida mineiro.

Para nós, a visita já começou por ali mesmo, no Museu da Inconfidência. Muito bacana, com toda informação e relíquias das Minas coloniais que se pode imaginar. O belo edifício renascentista demorou quase 70 anos para ser construído e hoje é o principal ponto turístico da cidade. Já foi Câmara Municipal e Penitenciária Estadual, mas de 1938 pra cá passou por diversos trabalhos de restauração e preparo, tornando-o um moderno e organizado museu, muito gostoso de visitar.

IMG_4846sO trajeto que fizemos acho que pouco importa, já que o montamos de acordo com algumas necessidades particulares que tínhamos: um estava com fome, outro precisava de uma farmácia, outro queria comprar artesanato e por aí vai. Acho que o jeito mais legal de conhecer OP é se jogar nas ladeiras sem pressa, sem obrigações, só para sentir de verdade o lugar. Aquelas ruas apertadas de calçamento rústico e calçadas empoeiradas, repleta de uma arquitetura tão peculiar, me causaram uma sensação parecida com aquela do Gil de Meia Noite em Paris. Fiztgerald, Dali, Hemingway e Picasso aqui são Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Tiradentes. Rola uma sensação de exumação, uma mistura de reminiscências da época de escola com deslumbramento por me impressionar com aquilo tudo como também o fizeram Guignard, Drumond, Vinícius. Ouro Preto é tudo que eu imaginava, mas que não dá para descrever. Passear de dia pela Rua São José é mergulhar na história. Caminhar à noite é entender porque Olavo Bilac escolheu aquele lugar para refugiar-se no passado. Ali todo parnasiano vira barroco, inevitavelmente.  

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Reveillon Mineiro, Dia 03: Ouro Preto, Mariana e Mina da Passagem

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A viagem noturna foi tranquila. Do Inhotim a Ouro Preto levamos cerca de 2,5 horas, com trânsito mais pesado apenas nos 13km que ligam o Instituto até Brumadinho e em alguns poucos trechos da BR-356 onde havia alguma concentração de caminhões. Muito tranquilo de se fazer, mesmo à noite, desde que em velocidade compatível com a via e sem pressa. No caminho, fizemos uma boquinha no Sabor Smoke, localizado no Km 55.5, região de Itabirito. Um pão de queijo com lingüiça espetacular e uma coca bem gelada nos deram uma boa animada para seguir em frente!

Chegamos à Pousada Geraes por volta das 21h, um tanto cansados da pernada diurna. Muito bem recepcionados, pudemos escolher os quartos que mais nos agradaram, pois o local estava vazio (os dias entre o Natal e o Reveillon são muito tranquilos na região!). A pousada fica bem próxima da entrada da cidade, o que é bom porque fica numa área bem silenciosa e tranquila, com uma boa vista do centro histórico (a foto acima é da janela de um dos quartos) mas provavelmente há quem não goste da localização, que obriga os hóspedes a descerem de carro para o centro. Os quartos são simples, mas bem limpos e confortáveiscom frigobar e TV. O único ponto negativo, certamente , é o estacionamento: entrada apertada, no trecho mais inclinado da ladeira, que dá um bom trabalho para encaixar um carro grande como a Dobló em que estávamos. Para evitar a fadiga, optamos por deixar o carro na rua todos os dias e não houve qualquer problema.

Logo na primeira noite, acertamos em cheio no boteco: bar do Hotel Toffolo. Comida espetacular e atendimento nota dez num local que é referência histórico-cultural da cidade e ponto de encontro mais do que obrigatório na vida noturna de Ouro Preto. Se voltar a cidade algum dia, quero ficar hospedado ali.

Ao amanhecer do terceiro dia, tomamos um café longo e gostoso na pousada, sem muita pressa, porém bastante ansiosos por um dos lugares que tínhamos mais vontade de conhecer: a Mina da Passagem! E justiça seja feita: foi o post da Silvia do Matraqueando que me animou a conhecer o local. Agradeço imensamente.

Mina da Passagem: Ouro Preto - Mariana

Um dos passeios mais interessantes de quem vai a região de Ouro Preto e Mariana é visitar essa antiga mina de ouro, a maior aberta à visitação do mundo. Explorada desde 1819, está muito bem conservada e ainda possui parte do maquinário antigo, que ajudou a retirar mais de 35 toneladas de ouro do local.  Com temperaturas de 17º C a 20º C em seu interior, os amplos salões impressionam, especialmente o último da visitação, que possui um lago de água cristalina (e gelada).

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Feriado em São Miguel Arcanjo : Show de Mata Atlântica no Parque Estadual Carlos Botelho

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Atualizado em 23/11/2019

Seguindo na busca por lugares eco-interessantes no sudeste brasileiro ainda não descobertos pelas grandes multidões, compartilho com vocês mais um achado, dessa vez em terras paulistas:  São Miguel Arcanjo!

E bota “eco” nisso! Dos cerca de 1.200 muriquis existentes no Brasil hoje, mais de  800 estão no Parque Estadual Carlos Botelho, um dos mais ricos em vida selvagem do Estado de São Paulo, bem ali no coração de São Miguel. Juntam-se a eles mais de 200 espécies de aves em 37 mil hectares de matas primárias e secundárias em franca regeneração. Paraíso.

Criado em 1981 a partir da unificação de quatro unidades de conservação (Carlos Botelho, Capão Bonito, Travessão e Sete Barras) o parque é a atração mais bacana de São Miguel e hoje é reconhecido oficialmente pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Mundial Natural.

E Como todo bom parque estadual, o Carlos Botelho tem uma área bastante extensa, destinada à proteção de seu ecossistema, cuja finalidade é resguardar seus atributos naturais, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos científicos, educacionais e recreativos. E não é só: o Parque da Onça Parda e a Parque do Zizo são duas RPPNs vizinhas que valem a visita.

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Roadtrip pelo Nordeste: São Miguel do Gostoso, Maracajaú, Tamandaré (Carneiros) e São Miguel dos Milagres (Patacho)

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Entardecer em Macajaraú-RN

Missão cumprida! Acabo de voltar de uma fantástica roadtrip  entre Rio Grande do Norte, Paraíba (só de passagem), Pernambuco e Alagoas. Foram oito inesquecíveis dias rodando pelas estradas nordestinas com o objetivo de cobrir todos os filés dos vilarejos mais afastados e suas melhores praias, além de um teco da boa gastronomia das capitais.

Infelizmente, a viagem original de quinze dias teve de ser cortada pela metade, obrigando o grupo a excluir João Pessoa e mais alguns locais, que ficaram para outra vez. Mas o clima, a época e as belezas de região colaboraram demais e tudo saiu perfeito. Segue o relato com preços e informações atualizadas até abril/2012, em geral referindo-se a um casal, exceto quando indicado.

  • DIA 01 – Sampa – Recife-PE

Vôo promocional da GOL ida-e-volta por $245 comprado com 03 meses de antecedência. Tive que remarcar a volta, o que me custou uma passagem adicional de $299 (vôo noturno) e mais $90 de taxa de “no-show”. Explico: como a promo era de ´volta por um real´, não tive reembolso algum da volta e não pude remarcar a viagem, pois a Gol não o permite para passagens promocionais. Aí tive que comprar uma passagem adicional (sorte que achei um vôo noturno mais barato) e ainda pagar a taxa por não ter aparecido na volta. Portanto, aprende aí, se rola uma chance alta de você ter que remarcar alguma coisa, pense bem e informe-se antes de comprar uma passagem promocional. No meu caso, não havia alternativa. (mais sobre passagens aéreas e descontos aqui)

Bem, a chegada em Recife se deu com a habitual gritaria de táxis alternativos, locadoras de carros e empresas que organizam passeios, já no saguão de desembarque do bonito Aeroporto dos Guararapes. Nós já tínhamos escolhido com antecedência a Locadora Comfort que nos arranjou um Prisma 1.4 zerinho por $79 a diária. De todas as locadoras regionais (veja aqui um bom guia com todas elas) era a que aliava locação mais barata com um bom seguro contra acidentes e terceiros, bem como tinha loja física e um atendimento atencioso. Recomendo ligar direto para o Sr. Anderson, proprietário, nos tels 81-9221.3932, 9788-0077 ou 8577-7352 e tratar diretamente. As locadoras nacionais (Localiza, Movida, Hertz etc.) cobravam simplesmente o dobro. Optamos pelo Prisma para ter espaço de sobra para as malas e fazer uma trip confortável.

De lá formos direto a casa de amigos no simpático Bairro de Boa Viagem, onde passamos a tarde e a noite. Para quem precisa de hospedagem, amigos já ficaram no Albergue Piratas do Sol e gostaram. Para comer em Boa Viagem não há muitas opções baratas, então se quiser/puder experimentar um restaurante mais bacana, visite o famoso Paraxaxá que é por quilo e vale a visita.

  • Dia 02 – Recife/PE – Maracajaú/RN – Visita aos Parrachos

Acordamos bem cedo, nos despedimos do pessoal e partimos direto a Maracajaú-RN. São 347 km em boas condições da BR-101 (exceto o trecho inicial a partir da capital pernambucana) que fizemos em cerca de 5 horas de viagem. A estrada é linda e razoavelmente segura se feita de dia, uma delícia de dirigir. Só recomendo atenção na gasolina (há poucos postos de boas bandeiras) e com os poucos lugares para comer, porém nada que pequenos lanches e provisões compradas em lojas de conveniência ao longo do trecho não resolvam.

Chegando ao ridiculamente pequeno povoado de pescadores, cumprimentamos nosso anfitrião e fomos direto contratar o passeio aos parrachos. Parrachos são recifes de corais, que em Maracajaú ficam a 7km da costa, que na maré baixa formam várias piscinas naturais de águas quentes e límpidas, passeio absolutamente imperdível e certamente um dos melhores do Estado. Escolhemos este porque além de ser muito bem recomendado no Mochileiros, já tivemos conhecidos por lá que mochilaram toda a Costa dos Corais e disseram que lá era o mais tranquilo. E com razão, já que achamos tão bonito por ali quanto nos mesmos passeios em Pernambuco (recifes) e em Alagoas (galés). Todos os nomes significam a mesma coisa: piscinais naturais formadas ao redor de formações de corais. Depois de muito pechinchar, escolhemos o passeio na agência que fica no Esquina Praia Restaurante, de propriedade do Júnior e da Rosineide. Ligue lá: 84-9618-1355, 3261-6213 3 9971-5811. O preço normal é $75 pp, mas na baixa temporada nos cobraram $55. Caso queira fazer com cilindro e batismo, fica $95 (ficamos no snorkel mesmo, já incluído). Ao contrário do que ocorre em Alagoas e Pernambuco, os passeios aqui são feitos em jangadas motorizadas ou pequenos barcos, com muito menos gente, sem música ambiente. Só você, os locais e a natureza.Se você prefere algo mais agitado e curte uma cabeçada na areia e na água, escolha outro lugar.

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Parrachos – Maracajaú

No vilarejo há duas opções para comer à noite, quando os quiosques ficam fechados (na alta alguns deles ficam abertos à noite também): Tereza Pança ($40 o peixe grelhado com pirão – normalmente Cavalinha, $25 a porção de camarão, incríveis $4,50 a caipirinha e $2,50 os sucos naturais; e Ponto de Encontro (mais simples, com preços ligeiramente menores, pratos maiores e ambiente mais simples). No Ponto, comi um ótimo abadejo na chapa com fritas (meio oleoso demais), com bom purê de batata, arroz e salada fartos a R$39, que serve três pessoas. Bebidas com preços similares ao Teresa, da simpática Michaela.

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