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Existem lugares que podem ser mais bem compreendidos com a ajuda de autores que viveram ou ainda moram por lá e escreveram livros retratando-os ou tendo-os como pano de fundo. Com esse mote, a escritora Filipa Melo, jovem revelação de Portugal, preparou para “Ler”, revista portuguesa, um roteiro de dez cidades para visitar e as respectivas obras que devem ser levadas na bagagem.
Para conhecer o Cairo, o escritor Naguib Mahfouz, Nobel de Literatura de 1988, é imprescindível. Várias obras de Mahfouz são recomendadas pela autora, entre os quais sua “Trilogia do Cairo”. Se quer conhecer Bombaim, a dica é ler os livros de V.S. Naipaul. Em diversos livros, como “Meia vida”, Naipaul destrói a visão romântica sobre o país herdada por seus antepassados hindus.
Cidade que mistura como nenhuma outra “ocidente” e “oriente”, Istambul merece ser desvendada com o livro homônimo de Ohran Pamuk, também Nobel de Literatura, em 2006. Para conhecer Pequim, a sugestão é a obra “Histórias de Pequim”, do professor norte-americano David Kidd, apaixonado pela cultura e o modo de vida da China pré-Revolução Cultural.
O beatnik Jack Kerouac é uma das sugestões para quem vai visitar São Francisco, na Califórnia, e, entre outros livros, seu “On the road”, ou “Pé na estrada”, é obrigatório. Outro autor lembrado é Armistead Maupin, cronista e ativista gay, que escreveu sua série “Histórias da cidade”, sobre o cotidiano de Castro, primeiro “bairro gay” do mundo.
Peter Carey, autor de “30 dias em Sydney: um relato incrivelmente distorcido”, deve ser levado em conta para quem vai à cidade australiana. Se for a Tânger, no Marrocos, leve a obra que o escritor americano Paul Bowles fez sobre a cidade – são mil páginas de seu diário, ainda não publicado no Brasil. Czarista por excelência, São Petersburgo é retratada de forma nostálgica e sob a perspectiva de Joseph Brodsky, Nobel de Literatura de 1987, em “Less than one”.
Quem mais poderia descrever a cidade vietnamita de Ho Chi Minh, antiga Saigon, que Marguerite Duras? Apesar de o clássico “O amante” não constar da lista da revista “Ler”, seu nome não passa em branco. A dica é “Marguerite Duras – uma biografia”, da escritora Laura Adler.
Enfim, chega-se a Veneza, talvez uma das cidades mais retratadas pela literatura. Filipa Melo indica, entre outros, clássicos como “Otelo”, de William Shakespeare, e “Morte em Veneza”, de Thomas Mann, e quadrinhos como “Fábula de Veneza”, de Hugo Pratt.
Leia o roteiro da “Ler” sobre as cidades literárias.
Visite a página de “Meia vida” no site O Livreiro.
Saiba mais sobre o livro “Istambul – Memória e cidade“.
Conheça um pouco da obra “On the road – Pé na estrada“.
Veja detalhes de “30 dias em Sydney: um relato incrivelmente distorcido”.