Sempre que acordo num quarto de hotel, ansioso por um dia cheio de acontecimentos espetaculares, penso na famosa frase de Martha Medeiros: excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração. A pensadora tem sim sua razão, mas diante do maior e mais famoso museu brasileiro do mundo não há quem segure.
Chamado de “o melhor passeio que você ainda não fez” por Ricardo Freire, o Instituto Inhotim é sem dúvida o projeto cultural mais ousado e bem sucedido da história brasileira recente. Um imenso conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto e em galerias temporárias e permanentes, situadas em um belíssimo Jardim Botânico de 97 hectares com cinco lagos e uma área de reserva natural de riquíssima biodiversidade.
Helio Oiticica, Cildo Meireles, Chris Burden, Adriana Varejão, Matthew Barney, Doug Aitken, Janet Cardiff e dezenas de outros artistas de renome internacional têm seus trabalhos expostos com total liberdade num museu – que mais se assemelha a um parque de diversões de arte contemporânea – tão rico e variado que precisa de pelo menos dois dias para ser conhecido em sua plenitude, com a calma e atenção que as obras (e você) merecem. E serei sincero agora: nada entendo de arte, o tal gênero contemporâneo normalmente me arranca bocejos de tédio. Não fosse a fama sobrenatural do local (e sua imensa área verde) tocaria direto para Ouro Preto. Bobagem! Qualquer leigo certamente vai ficar impressionado. É sério.
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