Deserto do Atacama para Mochileiros

Tudo que você precisa saber para se dar bem, economizar e aproveitar ao máximo! Dicas do que ver, comer, beber e fazer, desse que é um  dos destinos mais bonitos e intrigantes da Terra. 

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Essa foto aí em cima é de uma das atrações obrigatórias para quem vai ao Deserto de Atacama: o Valle de La Luna. Optei por colocá-la logo de cara para que você que me lê saiba do que estamos falando: paisagens sem igual no mundo.  Exato, se você ainda não foi ao Atacama, posso lhe assegurar que você não viu nada parecido. Nada.

Essa estreita faixa comprimida entre o Pacífico à oeste e a Cordilheira dos Andes à leste, é um lugar árido, solitário e cruel, com um visual único que beira a hostilidade mas encanta pela exclusividade. É areia, pedra, fauna e flora raros, paisagens dramáticas e praticamente nenhuma estrutura, bem ali no norte do Chile, próximo às fronteiras com Peru, Argentina e Bolívia. Relativamente próximos, na verdade, pois o deserto tem cerca de 1.000 km de extensão em seus 106.516km².

Relatividade, aliás, é uma palavra que você vai aprender por lá: o Atacama é o deserto mais alto e mais árido do mundo, onde praticamente não chove, frequentemente faz menos de 0ºC à noite e a temperatura durante o dia pode chegar a 40ºC . Tal hostilidade não impediu, entretanto, a construção de algumas cidades e vilas no deserto. San Pedro de Atacama é a maior delas, com pouco mais de 3.000 habitantes vivendo a cerca de 2.400 metros de altitude. Isolado por 100km da sua vizinha Calama, o povoado de San Pedro é a principal base para conhecer o desertão.

Segundo uma interessante reportagem da Super de outubro/2014, a umidade do ar é tão baixa que, aliada à limpeza da atmosfera e à altitude elevada, tornou o Atacama um dos locais mais propícios do planeta para observações espaciais, tamanha a nitidez com que se pode observar o céu. Astrônomos do mundo inteiro se mudaram pra lá, montaram seus próprios observatórios e alguns se juntaram ao Projeto Alma – campo de observação para o desenvolvimento de pesquisas da NASA. Mas mesmo sem telescópios ou lunetas, as noites borradas de estrelas do Atacama ficam para sempre na memória de quem passa algumas noites em San Pedro.

Apesar de agitada, a vila é pequena e numa caminhada de meia hora em qualquer direção já é possível sentir a vastidão do deserto e seu vento sabor de sal . Tomando um ônibus, táxi ou até mesmo uma simples bike, você terá acesso a povoados parados no tempo, fortalezas abandonadas, vulcões ativos, montanhas nevadas, dunas, gêiseres, flamingos, lagos, minas, trilhas e muito mais. Essa incrível facilidade que encontramos no século XXI gera uma oportunidade incrível que não deve ser desperdiçada por qualquer ser humano com um mínimo de disposição. Aqui eu conto como foi. Abaixo, você confere as dicas.

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Ilha de Páscoa para Mochileiros : Uma Semana em Rapa Nui

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Agora que você já sabe tudo sobre o incrível vulcão Rano Kau, já leu sobre a história, a cultura e os atrativos da ilha de Páscoa e já tem uma boa ideia do que são aquelas pedras imensas chamadas moais, segue a sugestão de um roteiro de uma semana inteira na ilha – tempo que considero ideal para aprender, caminhar e curtir a ilha com calma.

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O incrível vulcão Rano Kau da Ilha de Páscoa

Conhecer a Ilha de Páscoa, para mim, foi realizar uma série de sonhos, todos de uma vez: minha primeira incursão no Oceano Pacífico, meu primeiro voo sobre o mar, minha primeira viagem de 4×4 e… minha primeira caminhada a um vulcão.  Sim, um vulcão!

Descoberta curiosa para a maioria dos brasileiros, um vulcão é uma estrutura geológica que surge a partir da emissão de magma, gases e partículas quentes do interior da Terra para a superfície terrestre. Como sabemos, quando em atividade libera um grande volume de cinzas e gases na atmosfera, além da eventual – e lindamente perigosa – lava, tornando seu entorno um lugar “especial” para se viver.

Os vulcões ativos têm sua origem em decorrência dos movimentos de placas litosféricas, podendo entrar em atividade a qualquer momento. Alguns, como os famosos vulcões havaianos, liberam vapor de vez em quando e fazem a festa dos fotógrafos. O mais famoso por lá, Kilauea, expele lava desde que eu nasci. E já faz um tempinho.

Felizmente, um dia eles dormem, tornam-se inativos. Alguns viram paisagem de janela, como o El Misti no Peru, muitos tornam-se parque de esportes radicais e outros tantos se revelam ótimos pontos de mergulho. Nada, entretanto, bate a sensação de se conhecer um vulcão a três mil quilômetros de qualquer outra coisa, no meio do Oceano Pacífico, rodeado de pedras gigantes construídas por civilizações antigas e envolto numa paisagem de tirar o fôlego. Com a devida licença dos moais, esse bonitão aí da foto chama-se Rano Kau e para mim é a verdadeira cereja do bolo da Ilha de Páscoa.

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Reveillon Mineiro, Dia 04: Ouro Preto

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Provavelmente esse seria o dia mais desafiador da viagem no quesito “tempo”. Como conhecer uma cidade tão grande, rica e variada com apenas um dia inteiro para apreciá-la? A ideia era fazer da forma mais calma possível, sem stress e correria, porém conhecendo o maior número de atrações.

Dado o traçado tortuoso com ruas apertadas e acidentadas, repletas de impiedosas ladeiras, a melhor e mais tranquila forma de conhecer a cidade, sobretudo o centro histórico, é mesmo a pé. Contratamos um guia na Praça Tiradentes – cobra-se cerca de 60 reais mais o almoço do guia por um dia inteiro de passeio – e partirmos para uma caminhada em meio a uma verdadeira overdose de informações, paisagens, contos e causos sobre a Inconfidência, a época da mineração e o estilo de vida mineiro.

Para nós, a visita já começou por ali mesmo, no Museu da Inconfidência. Muito bacana, com toda informação e relíquias das Minas coloniais que se pode imaginar. O belo edifício renascentista demorou quase 70 anos para ser construído e hoje é o principal ponto turístico da cidade. Já foi Câmara Municipal e Penitenciária Estadual, mas de 1938 pra cá passou por diversos trabalhos de restauração e preparo, tornando-o um moderno e organizado museu, muito gostoso de visitar.

IMG_4846sO trajeto que fizemos acho que pouco importa, já que o montamos de acordo com algumas necessidades particulares que tínhamos: um estava com fome, outro precisava de uma farmácia, outro queria comprar artesanato e por aí vai. Acho que o jeito mais legal de conhecer OP é se jogar nas ladeiras sem pressa, sem obrigações, só para sentir de verdade o lugar. Aquelas ruas apertadas de calçamento rústico e calçadas empoeiradas, repleta de uma arquitetura tão peculiar, me causaram uma sensação parecida com aquela do Gil de Meia Noite em Paris. Fiztgerald, Dali, Hemingway e Picasso aqui são Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Tiradentes. Rola uma sensação de exumação, uma mistura de reminiscências da época de escola com deslumbramento por me impressionar com aquilo tudo como também o fizeram Guignard, Drumond, Vinícius. Ouro Preto é tudo que eu imaginava, mas que não dá para descrever. Passear de dia pela Rua São José é mergulhar na história. Caminhar à noite é entender porque Olavo Bilac escolheu aquele lugar para refugiar-se no passado. Ali todo parnasiano vira barroco, inevitavelmente.  

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Reveillon Mineiro, Dia 03: Ouro Preto, Mariana e Mina da Passagem

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A viagem noturna foi tranquila. Do Inhotim a Ouro Preto levamos cerca de 2,5 horas, com trânsito mais pesado apenas nos 13km que ligam o Instituto até Brumadinho e em alguns poucos trechos da BR-356 onde havia alguma concentração de caminhões. Muito tranquilo de se fazer, mesmo à noite, desde que em velocidade compatível com a via e sem pressa. No caminho, fizemos uma boquinha no Sabor Smoke, localizado no Km 55.5, região de Itabirito. Um pão de queijo com lingüiça espetacular e uma coca bem gelada nos deram uma boa animada para seguir em frente!

Chegamos à Pousada Geraes por volta das 21h, um tanto cansados da pernada diurna. Muito bem recepcionados, pudemos escolher os quartos que mais nos agradaram, pois o local estava vazio (os dias entre o Natal e o Reveillon são muito tranquilos na região!). A pousada fica bem próxima da entrada da cidade, o que é bom porque fica numa área bem silenciosa e tranquila, com uma boa vista do centro histórico (a foto acima é da janela de um dos quartos) mas provavelmente há quem não goste da localização, que obriga os hóspedes a descerem de carro para o centro. Os quartos são simples, mas bem limpos e confortáveiscom frigobar e TV. O único ponto negativo, certamente , é o estacionamento: entrada apertada, no trecho mais inclinado da ladeira, que dá um bom trabalho para encaixar um carro grande como a Dobló em que estávamos. Para evitar a fadiga, optamos por deixar o carro na rua todos os dias e não houve qualquer problema.

Logo na primeira noite, acertamos em cheio no boteco: bar do Hotel Toffolo. Comida espetacular e atendimento nota dez num local que é referência histórico-cultural da cidade e ponto de encontro mais do que obrigatório na vida noturna de Ouro Preto. Se voltar a cidade algum dia, quero ficar hospedado ali.

Ao amanhecer do terceiro dia, tomamos um café longo e gostoso na pousada, sem muita pressa, porém bastante ansiosos por um dos lugares que tínhamos mais vontade de conhecer: a Mina da Passagem! E justiça seja feita: foi o post da Silvia do Matraqueando que me animou a conhecer o local. Agradeço imensamente.

Mina da Passagem: Ouro Preto - Mariana

Um dos passeios mais interessantes de quem vai a região de Ouro Preto e Mariana é visitar essa antiga mina de ouro, a maior aberta à visitação do mundo. Explorada desde 1819, está muito bem conservada e ainda possui parte do maquinário antigo, que ajudou a retirar mais de 35 toneladas de ouro do local.  Com temperaturas de 17º C a 20º C em seu interior, os amplos salões impressionam, especialmente o último da visitação, que possui um lago de água cristalina (e gelada).

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Feriado em São Miguel Arcanjo : Show de Mata Atlântica no Parque Estadual Carlos Botelho

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Atualizado em 23/11/2019

Seguindo na busca por lugares eco-interessantes no sudeste brasileiro ainda não descobertos pelas grandes multidões, compartilho com vocês mais um achado, dessa vez em terras paulistas:  São Miguel Arcanjo!

E bota “eco” nisso! Dos cerca de 1.200 muriquis existentes no Brasil hoje, mais de  800 estão no Parque Estadual Carlos Botelho, um dos mais ricos em vida selvagem do Estado de São Paulo, bem ali no coração de São Miguel. Juntam-se a eles mais de 200 espécies de aves em 37 mil hectares de matas primárias e secundárias em franca regeneração. Paraíso.

Criado em 1981 a partir da unificação de quatro unidades de conservação (Carlos Botelho, Capão Bonito, Travessão e Sete Barras) o parque é a atração mais bacana de São Miguel e hoje é reconhecido oficialmente pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Mundial Natural.

E Como todo bom parque estadual, o Carlos Botelho tem uma área bastante extensa, destinada à proteção de seu ecossistema, cuja finalidade é resguardar seus atributos naturais, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos científicos, educacionais e recreativos. E não é só: o Parque da Onça Parda e a Parque do Zizo são duas RPPNs vizinhas que valem a visita.

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Dicas para sua roadtrip

Manja aquele filme do Spielberg sobre um cidadão incauto que cai na besteira de ultrapassar um psicopata num caminhão e é perseguido – e aterrorizado – por ele durante horas? Pois é, a triste notícia do falecimento de um amigo num trágico acidente essa semana me lembrou do filme e de como pequenos detalhes como uma inocente ultrapassagem ou mesmo um cálculo errado no combustível podem transformar sua diversão numa bela duma encrenca. Mas há salvação.

Verifique sempre...
Verifique sempre…

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Documentos para mochilar no exterior

Mochilar no exterior é sempre uma aventura e tanto, mesmo para viajantes experientes. E como viajar com segurança é sempre fundamental, de saída o primeiro item do seu check list deve ser a verificação dos seus documentos.

Antes de tudo, providencie seu passaporte. O procedimento é trabalhoso, mas bastante simples. Basta obter a documentação exigida pela Polícia Federal, solicitar a emissão via internet (aqui), pagar a guia emitida também via internet (algo em torno de R$130 em 2011)  junto com a solicitação de emissão, agendar sua visita ao posto de atendimento mais próximo e aguardar o prazo de emissão, que varia muito de Estado para Estado e conforme a época do ano (férias, feriados etc.).

Nos países do MERCOSUL não é necessário passaporte, mas se você tiver o seu poderá carimbar nos postos de controle e trazer um belo souvenir para casa. Além disso, com um passaporte válido em mãos, não haverá qualquer dúvida acerca da sua identidade e o agente público dificilmente poderá criar algum problema. Caso não consiga emitir o documento a tempo ou preferir arriscar, consulte a relação de documentos exigidos nesses países aqui.

Caso vá dirigindo ou pretenda alugar um carro no exterior, é necessário obter uma PID – Permissão Internacional para Dirigir e adquirir um Seguro Carta Verde. Todas as informações para emitir esse documentos estão no post Roadtrip no Exterior .

Outro dado importante é que se você cruzar a fronteira com um veículo, tem que portar o respectivo documento de propriedade. Se você não for o proprietário, vai precisar de uma autorização dele permitindo que você o dirija no exterior. E se o possante estiver alienado, você terá que ligar para a financeira e solicitar uma autorização para que ele circule no exterior (nesse caso, boa sorte!). Nos dois últimos casos,o documento deve ser chancelado pela embaixada/consulado do país que você vai visitar, o que demanda certa antecedência.

Quanto ao veículo em si, pesquise sobre o país para onde vai: na Argentina o carro tem que carregar dois (?!)  triângulos de sinalização e cabo de aço com quatro metros de comprimento para reboque, no Chile não é permitido o uso de película (insul-film etc.) nos vidros dos carros e as autoridades apreendem os ilegais ou exigem que você tire o filme na unha e por aí vai. Também nunca é demais contactar a sua seguradora e perguntar por uma “extensão de percurso”, normalmente válida para a Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Bolívia.

Hoje, uma grande quantidade de  países também exigem do turista o  Certificado Internacional de Vacinação. Orientações sobre a saúde dos viajantes e informações sobre a emissão do certificado você encontra no site específico da ANVISA. Locais que emitem a carteira estão relacionados aqui. Em Sampa, a opção clássica é o Centro de Referência Imunológica do Hospital das Clínicas, que fica na Rua Eneas de Carvalho, 155. Funciona no térreo entre 7h e 15h, apenas de segunda a sexta.  Você não vai pagar nada, a carteira valerá por  dez anos a partir de dez dias depois da vacina (prazo que leva para que a imunização tenha efeito). Note que alguns países exigem trinta dias de antecedência e não os dez de praxe. Informe-se e confira também o post cuidados com remédios ao viajar, que dentre outras dicas lista alguns remédios imprescindíveis para uma viagem tranquila ao exterior.

E por falar em validade, todo e qualquer documento que você precisar no exterior deve ter validade com data porterior ao seu RETORNO ao Brasil. Procure deixar os documentos no cofre do hotel onde está hospedado e circule apenas com cópias, com exceção dos documentos do veículo quando estiver dirigindo e do passaporte, que deve estar sempre com você. Guarde também uma cópia autenticada em local seguro e diferente de onde está o seu passaporte  (bolso, sacola, mala, moneybelt, sapato, cueca etc.). Pode ser útil na ida, na volta, em trânsito, num consulado ou quando você for sequestrado pelas FARC. Bem, nesse caso nem tanto…

Finalmente, se for para o MERCOSUL, vale baixar a Cartilha do Cidadão disponível no site brasileiro oficial do tratado. Lá você encontra  informações oficiais,  interessantes e atualizadas.

Boa viagem!

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